Acusada de participar do sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca, Eliane Lopes de Amorim fazia parte de quadrilha que aplicou golpe de quase R$ 50 mil em uma juíza — Foto: Montagem/g1
Eliane Lopes de Amorim, mulher acusada de participar do sequestro do ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca, foi transferida para a Penitenciária Feminina II de Tremembé, no interior de São Paulo.
A mulher estava em prisão domiciliar por conta do caso envolvendo o ex-atleta, mas foi presa em flagrante em Igaratá (SP) na última sexta-feira (21), durante uma operação da polícia contra um grupo criminoso que aplicava golpes em clientes de bancos.
Na data, Eliane foi encaminhada para Delegacia de Polícia de Igaratá, mas acabou transferida para a P2 Feminina de Tremembé no domingo (23).
Penitenciária feminina 2 de Tremembé — Foto: Reprodução/TV Vanguarda
A prisão aconteceu em um condomínio de luxo em Igaratá, onde a quadrilha investigada por estelionato atuava. Além dela, outras 11 pessoas foram presas na operação - leia mais detalhes abaixo.
Após a operação, o Ministério Público pediu à Justiça de São Paulo a revogação da prisão domiciliar - que havia sido concedida por conta de Eliane ter filhos menores e ser ré primária - e a decretação da prisão preventiva.
“Observa-se que a condição de genitora de filhos menores não a impediu de praticar crime de elevada reprovabilidade, que tem por elementares violência e grave ameaça contra pessoa”, escreveu no pedido o promotor Gustavo dos Santos Montanino.
O pedido foi aceito pelo juiz Sérgio Cedano em decisão desta quarta-feira (26).
Outro lado
Por meio de nota, o advogado Anderson Caio da Silva Lima, que faz a defesa de Eliane, informou que "aguarda a conclusão das investigações, uma vez que pelo histórico constante do boletim de ocorrência, não há qualquer conduta criminosa praticada pela cliente".
Ainda segundo o advogado, Eliane é uma "pessoa primária, de bons antecedentes, com residência fixa, ocupação lícita e mãe de duas crianças" e que "não teve nenhuma participação" no sequestro de Marcelinho Carioca.
Operação em Igaratá
Indiciada em 2023 por participar do sequestro do ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca, Eliane Lopes de Amorim foi presa com mais 11 pessoas durante uma operação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo.
O grupo é suspeito de envolvimento com uma central criada em um condomínio de luxo em Igaratá para aplicar golpes em clientes bancários.
Eliane teve prisão preventiva decretada na época do caso de Marcelinho Carioca , mas, no dia 16 de janeiro deste ano, a Justiça atendeu pedido de sua defesa e determinou que ela ficasse em prisão domiciliar.
Celulares e notebooks foram apreendidos em operação contra central de golpes — Foto: Divulgação/Deic
De acordo com o Deic, a operação ocorreu na sexta-feira (21) por policiais da 5ª Delegacia Patrimônio (Investigações sobre Roubo a Bancos).
A descoberta da central de golpes surgiu durante investigações sobre um grupo que passou a ocupar um imóvel de luxo no Condomínio Paraíso de Igaratá, cidade do Vale do Paraíba.
Segundo denúncias dos vizinhos, aos menos 10 pessoas chegavam e saiam do imóvel com notebooks, fones de ouvido e outros itens eletrônicos.
Equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) fizeram campana nas imediações e logo desconfiaram que o local servia como uma central de golpes. Quando o portão da casa se abriu, os policiais entraram e abordaram os suspeitos.
Seis deles permaneceram no local e não resistiram à abordagem. Os demais foram para os fundos da residência, pularam o muro e fugiram.
Porém, durante a fuga eles se machucaram, sendo alcançados pelos agentes horas depois. Eliane Lopes de Amorim sofreu fratura em duas costelas.
Os feridos passaram por atendimento médico e, posteriormente, foram encaminhados à delegacia.
O ex-jogador Marcelinho Carioca no momento em que é resgatado pela PM — Foto: Reprodução
Sequestro de Marcelinho Carioca
Sete réus são acusados de participar do sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca e da amiga dele, Taís Alcântara de Oliveira, em 17 de dezembro de 2023 em Itaquaquecetuba, Grande São Paulo. A Justiça marcou para 2 de agosto deste ano o julgamento deles.
Entre os réus está Eliane Lopes de Amorim, de 30 anos. Ao ser presa em 2023, ela contou à polícia que estava desempregada e tinha se encontrado com o amigo Jones Santos Ferreira horas antes de Marcelinho e Taís serem encontrados.
Na ocasião, o "amigo de longa data", como ela mesma descreveu, pediu conta bancária "emprestada" para um "negócio" e precisava sacar o dinheiro. Jones teria dito que pagaria a ela. No entanto, ela nega ter recebido valores.
Eliane foi indiciada por associação criminosa, receptação e lavagem de dinheiro. No dia 16 de janeiro deste ano Eliane conseguiu a conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar, por conta dos dois filhos menores de 12 anos e por não ter ficha criminal.
Fantástico mostra, com exclusividade, o resgate de Marcelinho Carioca.
