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MP faz operação para prender dirigentes de empresas de ônibus de SP

MP faz operação para prender dirigentes de empresas de ônibus de SP

O dono da empresa de ônibus Transwolff, Luiz Carlos Efigênio Pacheco, foi preso em um condomínio de luxo em Itu (SP) durante a Operação Fim da Linha, deflagrada nesta terça-feira (9) pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). A ação contou com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Polícia Militar e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

De acordo com o MP, a operação cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 52 de busca e apreensão contra dirigentes das empresas de ônibus da capital Transwolff e Upbus. Eles são suspeitos de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

Além de Itu, os mandados foram cumpridos na capital paulista e em outros municípios do estado de São Paulo. Foi autorizado judicialmente o sequestro e bloqueio de bens dos alvos que somam mais de R$ 600 milhões.

Operação Fim da Linha cumpriu dezenas de mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva no estado de São Paulo — Foto: Receita Federal/Divulgação

Investigação

Durante quase cinco anos de investigação, os promotores do grupo de combate ao crime organizado (Gaeco) reuniram indícios de que as empresas eram usadas pela facção criminosa para lavar dinheiro do tráfico de drogas e de outros crimes.

A suspeitas de que o crime organizado estava infiltrado no transporte público de São Paulo vêm desde os anos 1990, quando parte do sistema era operado por perueiros clandestinos, que faziam o trajeto entre os bairros mais afastados e os terminais de ônibus.

Em 2003, a prefeitura da capital transferiu a operação das linhas para a iniciativa privada. Parte do sistema ficou com as grandes empresas de ônibus e os itinerários mais curtos passaram a ser feitos por cooperativas. A maior delas era a Cooperpam, com sede na Zona Sul.

Ao longo dos anos, segundo o MP, os dirigentes dessa cooperativa montaram uma empresa e passaram a pressionar e até ameaçar os cooperados a transferir o controle da cooperativa para essa outra companhia, chamada de TW ou Transwolff.

Além disso, segundo os promotores, os diretores se apropriavam de parte da remuneração dos cooperados.

Dez anos depois, em 2013, quando o primeiro contrato de permissão da Prefeitura de SP chegou ao fim para todas as empresas, a Transwolff conseguiu assinar um contrato emergencial, que foi prorrogado durante anos, devido a um impasse no processo de concessão.

Só em 2019, depois que o TCM liberou a licitação, a prefeitura da capital assinou 32 contratos para a concessão das linhas de ônibus da cidade, por um prazo de 15 anos.

No caso da Upbus, o Ministério Público afirma que os diretores integram a cúpula da facção criminosa. Um dos donos da empresa era Anselmo Bicheli Santa Fausta, conhecido como “Cara Preta”.

Anselmo foi assassinado e degolado em dezembro de 2021. A cabeça dele foi deixada em uma praça do Tatuapé, também na Zona Leste.

Os promotores descobriram que outros chefes da facção criminosa fazem parte da direção da Upbus. Dois deles aparecem entre os sócios: Alexandre Salles Brito, chamado de Buiú, e Claudio Marcos de Almeida, o Jango. Eles já foram alvo de investigação por crimes graves como homicídios, tráfico de drogas, sequestros e roubo a bancos.

Parentes dos investigados também entraram para a sociedade. Segundo a investigação, eles têm profissões ou exercem atividades econômicas incompatíveis com o capital investido na Upbus.

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