Por g1 SP — São Paulo


O engenheiro Giuliano Conte e o cão Weiser, que viajava de Guarulhos (SP) para Aracaju (SE), mas morreu por asfixia no trajeto. — Foto: Arquivo pessoal

A Justiça de São Paulo aumentou a condenação contra a Latam pela morte do cão Weiser, em 2021, em um voo entre Guarulhos (SP) e Aracaju (SE). Com a atualização, valor foi fixado em R$ 30 mil, sendo R$ 15 mil para cada um dos tutores do animal.

O animal tinha cerca de quatro anos. O laudo veterinário apontou que o pet morreu por asfixia, após roer parte da caixa de madeira (kennel) em que era transportado no avião.

A Latam informou ao g1 que se manifestará nos autos do processo.

Na decisão publicada na terça-feira (11), o relator do caso, Sérgio Gomes, argumentou em seu voto que a empresa não cumpriu a obrigação para a qual foi contratada. Afirmou ainda que a morte poderia ter sido evitada "caso a companhia desse a atenção devida à situação dos autores".

Na época, Giuliano Conte e a esposa Nathalia Conte – grávida de três meses – estavam de mudança para Sergipe. Os dois ficaram muito abalados com a perda do cão e processaram a companhia aérea no ano seguinte.

Indenização de R$ 10 mil

O engenheiro Giuliano Conte, a esposa Nathália e o cão Weiser, que viajava de Guarulhos (SP) para Aracaju (SE), mas morreu por asfixia no trajeto. — Foto: Acervo pessoal

Em outubro de 2023, a juíza Laurence Mattos, da 3ª Vara Cível da capital paulista, condenou a empresa a pagar R$ 10 mil de indenização ao casal por danos morais.

Porém, os tutores do animal consideraram o valor muito baixo para todo o sofrimento imputado à vida deles naquele momento de mudanças e gravidez da esposa.

“Nós não concordamos com essa decisão porque ela não levou em consideração toda a dor que a gente sofreu naquele momento. Não há valor suficiente que repare o que a companhia aérea fez com a nossa família”, afirmou ao g1.

LEIA MAIS:

O cão Weiser, da raça american bully, que tinha quase quatro anos de idade. — Foto: Acervo pessoal

Dor revisitada

A morte do cão Joca em abril deste ano, segundo o engenheiro, fez ele e a família revisitarem todo o drama vivido três anos atrás em Aracaju.

“Tudo o que aconteceu com o Joca nos fez lembrar do que nós passamos em 2021, toda aquela tragédia. Tudo o que a gente sentiu, nos gerou um sentimento de revolta, porque a gente esperava que não acontecesse mais com ninguém, porque é algo que machuca bastante, é algo que fica marcado. Mas, infelizmente, continua acontecendo”, declarou.

O engenheiro João Fantazzini, tutor do golden retriever Joca, morto no transporte entre Fortaleza e Guarulhos. — Foto: Reprodução/TV Globo

“Nós esperamos que um dia as companhias aéreas tenham consciência da dor que eles causam para a gente, porque parece que elas não têm e não se importam com isso”, afirmou Conte.

Atualmente, o filho da Guiliano e Nathália tem 1 ano e 11 meses. Mas a dor daqueles dias fez com que a família desistisse de adotar um novo animal de estimação.

O engenheiro Giuliano Conte e o cão Weiser, em 2021. — Foto: Acervo pessoal

Morte de cão Joca impulsiona regulamentação de animais no avião

Morte de cão Joca impulsiona regulamentação de animais no avião

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!