José Eder Lisboa, de São Carlos, foi preso durante invasão terrorista em Brasília — Foto: Reprodução/Facebook
O adestrador de cães de São Carlos (SP) José Eder Lisboa foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 14 anos e seis meses de prisão em regime fechado por participação nos atos golpistas em Brasília (DF), em janeiro de 2023.
O julgamento virtual começou no dia 14 de junho e foi finalizado na noite da sexta-feira (21). Lisboa foi condenado pelos seguintes crimes:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Golpe de Estado;
- dano qualificado;
- deterioração do Patrimônio tombado;
- associação criminosa armada.
STF condena morador de São Carlos por atos golpistas em janeiro de 2023
Além da pena restritiva de liberdade, Lisboa também foi condenado a 1 ano e seis meses de detenção e o pagamento de 100 dias-multa no valor de 1/3 do salário mínimo, o que fica R$ 43,4 mil.
Ele também foi condenado a pagar indenização de danos morais coletivos de R$ 30 milhões que deverá ser dividido entre os demais condenados.
No interrogatório, Lisboa alegou que entrou no Palácio para se proteger de bombas, não arrombou nada e não participou de vandalismo. Ele se tornou réu em maio de 2023 e teve a prisão revogada em agosto, permanecendo em liberdade com diversas restrições.
O g1 não conseguiu contato com a defesa de Campanha até a última atualização da reportagem.
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Outros condenados
Lisboa foi o último morador da região a ser condenado pelo STF. Edson Carlos Campanha e Moisés dos Anjos, ambos de Leme (SP), já tinham sido julgados e condenados.
- O corretor de imóveis Edson Carlos Campanha foi condenado pelo STF a 17 anos de prisão em regime fechado.
Corretor de imóveis de Leme (SP) Edson Carlos Campanha tinha no celular fotos e vídeos de invasão no DF — Foto: Reprodução
- O marceneiro Moisés dos Anjos foi condenado a 17 anos de prisão.
Moisés dos Anjos, morador de Leme, que foi preso durante os atos golpistas em Brasília — Foto: Reprodução
Ataques no DF
O ataque à democracia é sem precedentes na história do Brasil. Os bolsonaristas radicais quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas que estavam no Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.
Na maior parte dos casos, as pessoas envolvidas gravaram a ação e publicaram em suas próprias redes sociais. Na época da invasão, 2.151 pessoas foram presas.
Retrospectiva 2023: os ataques de 8 de janeiro