Baixada em Pauta: Kreyner La Scala, tatuador e empresário, é o convidado da semana
Kreyner La Scala, de 35 anos, se formou em Engenharia Ambiental, atuou na área, mas não conseguiu conviver, segundo ele, com a corrupção no setor. Enquanto ajudava o pai na empresa da família foi se descobrindo e começou do zero uma nova profissão, a de tatuador.
Durante a jornada, de escolhas difíceis e aprendizado, foi diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDHA) e Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 1.
Arte de tatuar - hiperfoco
Ele afirmou que não tinha experiência na área e sequer sabia desenhar, mas aprendeu, contrariando aqueles que pensam que é preciso apenas dom para dominar a arte. “Você pode aprender, pode desenvolver e pode se apaixonar por isso”.
O foco nos processos, nos detalhes, na busca pela perfeição permitiu que ela alcançasse o objetivo e, de quebra, o 'hiperforco' e cansaço mental pelas interações sociais o levaram ao diagnóstico tardio do TEA e TDAH em 2022.
Kreyner La Scala é procurado por clientes para tatuar personagens famosos da cultura pop — Foto: Thiago D'Almeida/g1
Durante o bate-papo com os jornalistas Matheus Müller e Luiz Linna, Kreyner confessou que não comentava abertamente sobre os transtornos, pois, na visão dele, não tinha conhecimento suficiente sobre o assunto.
Hoje, porém, entende poder ajudar as famílias atípicas e inspirar pessoas com TDAH e TEA mostrando a rotina, e que é possível ter uma vida.
“Eu posso falar sobre o que eu sou e o que eu vivo. Muitos veem [o diagnóstico] como problema, eu vejo que me ajudou”, afirmou.
Níveis de suporte no autismo
Referem-se ao nível de ajuda e mediação que a pessoa precisará em sua rotina diária, seja em casa, na escola, nas atividades como um todo.
- Nível 1 - Suporte leve. Indivíduos geralmente são funcionais, mas podem ter dificuldades em situações sociais complexas e na comunicação não verbal
- Nível 2 - Suporte moderado. Necessidade de apoio mais frequente em atividades da vida diária e comunicação
- Nível 3 - Suporte severo. Grande dependência de auxílio para atividades básicas e comunicação limitada
Kreyner La Scala, Tatuador e empresário, foi o convidado do podcast Baixada em Pauta. — Foto: Arquivo Pessoal/Redes sociais
Saúde
Tatuador e empresário dono de um estúdio em Santos, ele também prestou um serviço de utilidade pública ao orientar como as pessoas podem evitar golpes e, principalmente, se precaver de frequentar espaços sem as devidas condições sanitárias para um procedimento como a tatuagem, que é invasivo e pode transmitir doenças, caso não seja executado seguindo as normas de higiene e segurança.
“Já ouvi história de reutilização de agulha, já ouvi história do cara pegar o negócio [recipiente onde fica a tinta que será usada para pintar a pele] e jogar de volta no tubo de tinta. É descartável por um motivo... Tem que ser jogado fora”.
E complementou: “Tudo que teve contato com sangue direto, agulha, tinta, batoque [recipiente onde fica a tinta que será usada para pintar a pele], onde limpou a agulha, tem que ser jogado fora, não tem reutilização. Então preste atenção nisso”.
Kreyner La Scala, Tatuador e empresário, foi o convidado do podcast Baixada em Pauta. — Foto: g1 Santos
Você confere essa história e muitas outras no bate-papo no podcast ou videocast do Baixada em Pauta. O acesso pode ser feito nesta matéria, na home do g1 Santos, nos aplicativos de áudios favoritos ou pelo Facebook. Basta curtir as páginas e nos seguir!
O que são podcasts?
Um podcast é como se fosse um programa de rádio, mas não é: em vez de ter uma hora certa para ir ao ar, pode ser ouvido quando e onde a gente quiser. E em vez de sintonizar numa estação de rádio, a gente acha na internet. De graça.
Os podcasts podem ser temáticos, contar uma história única, trazer debates ou simplesmente conversas sobre os mais diversos assuntos. É possível ouvir episódios avulsos ou assinar um podcast – de graça - e, assim, ser avisado sempre que um novo episódio for publicado.
Dá para escutar num site, numa plataforma de música ou num aplicativo só de podcast no celular, para ir ouvindo quando a gente preferir: no trânsito, lavando louça, na praia, na academia...
