Por g1 Santos


Segundo mãe, criança teve fratura na costela devido a ataque de cão em supermercado de Santos (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Jéssica Ramos, a mãe da criança de dois anos atacada por um cão da raça pitbull no Atacadão, em Santos (SP), afirmou que processará o supermercado. Ao g1, neste sábado (6), ela alegou que os funcionários se preocuparam com o cachorro em vez do filho, marido e pai dela durante o ataque: "absurdo", disse.

O pai de Jéssica, Adonelo Vieira, de 61 anos, teve ferimentos nas mãos, barriga, cintura e joelho em função das mordidas. Já a criança sofreu uma fratura na costela direita e o marido, de 37, um machucado no dedo.

Tanto o avô quanto o neto foram medicados com antibiótico após a situação, que ocorreu em 29 de junho quando a família comia em uma lanchonete no interior do Atacadão.

"É um absurdo a pessoa estar dentro do mercado e ser atacada por um cachorro, uma raça que todo mundo tem medo. E eles não fizeram nada. O segurança de lá serve para quê?", questionou a dona de casa, de 29 anos.

Segundo Jéssica, o mercado a contatou na terça-feira (2), três dias após o ataque, para ver se a criança passava bem. A indignação ainda persiste e, por esse motivo, ela deseja levar o caso à Justiça.

O g1 contatou o Atacadão neste sábado, mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.

Quais os cuidados com pitbulls?

Segundo o veterinário Rafael Joga, especialista em comportamento animal, cada cachorro tem gatilhos e traumas que podem torná-lo reativo. O estigma sobre o pitbull costuma ser atribuído à força da mordida, mas raças pequenas também podem apresentar comportamento agressivo.

“Provavelmente, alguma coisa aconteceu na vida dele e ele entendeu e aprendeu que a mordida é a melhor forma de afastar o que ele tem medo, está inseguro, o que ele se sentiu acuado”, afirmou.

O profissional opinou que muitos tutores tratam animais domésticos de maneira humanizada, o que compromete a forma como se comportam. Ainda de acordo com ele, o pitbull tende a atacar crianças devido à altura parecida, que os deixa com uma visão mais frontal em relação um ao outro.

Pitbull (à dir.) feriu criança de dois anos (à esq.) dentro de supermercado em Santos (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Também veterinário, Eduardo Ribeiro Filetti ressaltou que é importante fornecer uma boa alimentação, vacinas, vermifugação e, se necessário, procurar um adestrador de confiança caso se decida ter um pitbull.

Segundo explicou, muitos cães da raça atualmente são mestiços – isto é, nascem pelo cruzamento de um pitbull com um cão de outra raça.

“A maioria dos pitbulls é dócil, eles geralmente não gostam de outros cães. Porque é um temperamento da raça. Agora, tem vários fatores. O ambiente é muito importante, como ele foi criado, se foi criado longe de humanos ou em um ambiente com só duas pessoas, se foi treinado", disse.

Rafael completou destacando que ninguém conhece o próprio cão como o tutor. Então, os cuidados em espaços públicos incluem observar o levantamento da orelha, rabo entre as pernas e pelo do dorso ouriçado, sinais que podem anteceder um ataque.

Relembre o caso

Pitbull feriu criança de dois anos (à esq.) e idoso de 61 (à dir.) em Santos (SP) — Foto: Arquivo pessoal

Jéssica estava com a família em uma lanchonete no interior do mercado e que o filho foi atacado no momento em que se levantou da mesa para ir atrás do pai, que foi buscar um refrigerante. comércio para pegar um refrigerante.

“Eu corri, puxei meu filho pelo braço e caí no chão, porque rasgou a roupa [do menino]”, disse Jéssica, que tentou salvar o garoto, mas não conseguiu.

Segundo a mãe, o pitbull fez menção de avançar no pescoço do filho, momento em que o avô se colocou na frente e acabou mordido na barriga. O animal soltou a criança, que foi socorrida por Jéssica. A mulher contou ter corrido com o filho para a cozinha da lanchonete em busca de ajuda.

Jéssica explicou que teve medo de o pitbull matar a criança. O pai dela levou aproximadamente seis mordidas ao tentar impedir o ataque contra o neto.

"Foram momentos de terror. Quando eu vi, meu pai [estava] gritando, meu marido puxando o cachorro pela cintura e não conseguia. Começou a gritaria. Puxei meu filho pelo braço, a roupa rasgou e a gente caiu no chão", relembrou ela.

Cachorro estava perdido, diz PM

Em nota, a Polícia Militar disse ter sido acionada por volta de 14h20 e que a ocorrência foi apresentada na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos.

De acordo com a Polícia Militar, a equipe acionada para a ocorrência constatou que o pitbull estava perdido. Jéssica destacou que funcionários do mercado disseram que o cachorro estava lá desde a manhã do sábado. Ela não sabe a quem pertence ao animal e contou estar traumatizada.

Em nota, o Atacadão lamentou o ocorrido e informou ter prestado os primeiros socorros e acionado o Samu para atender a família. "Estamos em contato com os familiares desde o incidente, oferecendo toda assistência necessária neste momento."

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