Por Thiago D'Almeida, g1 Santos


Secretário de Segurança Publica do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, divulgou a identidade do suspeito de matar o PM da Rota Wesley Cosmo — Foto: Reprodução

O secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, Guilherme Derrite, divulgou nesta quinta-feira (8) a identidade do suspeito de matar o PM da Rota Samuel Wesley Cosmo. Kaique Coutinho do Nascimento, de apelido 'Chip', tem 21 anos e está foragido da Justiça.

A informação foi divulgada durante entrevista coletiva realizada na sede do Comando de Policiamento do Interior Seis (CPI-6), em Santos, no litoral de São Paulo.

Segundo Derrite, 'Chip' é procurado por atirar no policial militar durante patrulhamento do agente na Praça José Lamacchia, no bairro Bom Retiro, em Santos (SP). O secretário divulgou, na última quarta-feira (7), uma recompensa de R$ 50 mil por informações que levem à prisão do suspeito.

"Esse é o criminoso identificado, qualificado, com mandado de prisão expedido pelo Judiciário em virtude do assassinato covarde do soldado W. Cosmo", disse Derrite.

Câmera não identificou 'Chip'

Vídeo mostra o PM da Rota sendo baleado no rosto em viela no litoral de SP

Vídeo mostra o PM da Rota sendo baleado no rosto em viela no litoral de SP

Derrite acrescentou que, apesar de ter filmado o momento em que o PM Samuel Wesley Cosmo foi baleado, as imagens da câmera corporal do agente não foram suficientes para a identificação de 'Chip' (assista acima).

Segundo ele, a identidade do suspeito foi informada à polícia por meio de outro jovem, que também estava no local e, inclusive, tem um apelido semelhante ao de 'Chip'. "Um indivíduo se apresentou voluntariamente, com a presença de um advogado, pois o apelido de ambos era parecido", explicou.

"Com medo de ser capturado, preso acusado de ser o criminoso que tinham matado o soldado Cosmo, ele disse: 'Não fui eu. Foi o Kaique'", complementou o secretário.

Derrite ressaltou que, além do depoimento, a Polícia Civil trabalhou com outros elementos - não especificados durante a coletiva - para o trabalho de identificação de 'Chip'.

'Chip'

PM da Rota Samuel Wesley Cosmo (à esq.) morreu após ser baleado por Kaique Coutinho do Nascimento, o 'Chip' (à dir.) — Foto: Reprodução e Divulgação/Polícia Civil

Ainda de acordo com Derrite, 'Chip' tem antecedentes criminais por tráfico de drogas. "Inclusive, como adolescente infrator, que é o nome técnico, segundo o ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], para criminoso que não tem 18 anos", complementou.

"Ele está foragido, e chamo a população para colaborar conosco. O prazo [para o fim da Operação Verão] é indeterminado, mas vamos capturá-lo", ressaltou Derrite.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), qualquer informação sobre o paradeiro de Kaique pode ser compartilhada por meio do Programa de Recompensa. Caso a informação efetivamente ajude a prendê-lo, o denunciante receberá uma recompensa de R$ 50 mil.

Como fazer a denúncia?

O Programa de Recompensa, instituído pelo decreto 46.505, de 21 de janeiro de 2022, existe para estimular a população a contribuir com a polícia, compartilhando informações úteis que possam ajudar a localizar criminosos.

Qualquer pessoa com informações sobre a identidade ou localização de algum procurado, pode fazer a denúncia de forma anônima por telefone pelo número 181. Dessa forma, o denunciante será atendido por um telefonista e poderá passar as informações sem se identificar.

Outra opção de denúncia é pelo site WebDenuncia por meio deste link. Nele, basta clicar em denunciar e seguir passo a passo. Ao final, o denunciante recebe um número de protocolo par acompanhar o andamento da denúncia. As informações serão verificadas por uma equipe e, caso seja comprovada, a pessoa que as forneceu é comunicada.

Para receber a recompensa, a tela do WebDenuncia mostrará um número de cartão bancário virtual, que permitirá saques do valor em qualquer caixa eletrônico do Banco do Brasil, sem que haja a necessidade de identificação. A retirada pode ser feita de uma vez ou aos poucos, como um cartão bancário comum.

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Morte de policiais

Policiais militares Marcelo Augusto da Silva, Samuel Wesley Cosmo e José Silveira dos Santos, mortos na Baixada Santista (SP) — Foto: Reprodução/Redes Sociais e g1 Santos

No dia 26 de janeiro, o policial militar Marcelo Augusto da Silva foi morto na rodovia dos Imigrantes, na altura de Cubatão. Ele foi baleado enquanto voltava para casa de moto. Uma grande quantidade de munições estava espalhada na rodovia. O armamento de Marcelo, no entanto, não foi encontrado.

Segundo a Polícia Civil, Marcelo foi atingido por um disparo na cabeça e dois no abdômen. Ele integrava o 38º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) de São Paulo, mas fazia parte do reforço da Operação Verão em Praia Grande (SP).

No dia 2 de fevereiro, o policial das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Samuel Wesley Cosmo morreu durante patrulhamento de rotina na Praça José Lamacchia, no bairro Bom Retiro. O agente chegou a ser socorrido para a Santa Casa de Santos (SP), mas morreu na unidade.

Uma gravação de câmera corporal obtida pelo g1 mostra o momento em que o soldado da Rota foi baleado no rosto durante um patrulhamento no bairro Bom Retiro (assista abaixo).

Vídeo mostra o PM da Rota sendo baleado no rosto em viela no litoral de SP

Vídeo mostra o PM da Rota sendo baleado no rosto em viela no litoral de SP

Cinco dias depois, o cabo PM José Silveira dos Santos, do 2⁰ Batalhão de Ações Especiais de Polícia (BAEP), morreu ao ser baleado durante patrulhamento no bairro Jardim São Manoel, em Santos. Na ocasião, outro policial militar foi baleado e está internado.

Gabinete na Baixada Santista

Após a morte do cabo da PM José Silveira dos Santos, na quarta-feira (7), a Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP-SP) montou um gabinete em Santos para coordenar a operação policial da região.

Secretário de Segurança de SP, Guilherme Derrite concedeu entrevista coletiva em Santos — Foto: Silvio Luiz/A Tribuna Jornal

O titular da pasta, Guilherme Derrite, anunciou uma recompensa de R$ 50 mil por informações sobre o assassino do PM da Rota Samuel Wesley Cosmo.

Ele ainda se posicionou sobre o nome da operação policial em vigor. Derrite corrigiu uma informação errada da pasta que, após a morte do PM da Rota Samuel Cosmo, disse ter deflagrado uma nova Operação Escudo na região.

O secretário apontou que o aumento do efetivo no litoral paulista após o assassinato do policial se deve a um reforço na Operação Verão e que a instalação do gabinete da SSP-SP no CPI-6, na quinta-feira (8), representa a 3ª fase da ação.

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