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Por g1 Santos


Médico discute com família e mostra dedo do meio dentro de unidade de saúde

Médico discute com família e mostra dedo do meio dentro de unidade de saúde

Um médico foi filmado mostrando o dedo do meio e xingando uma mulher após se negar a atender o afilhado dela, de quatro anos, no Pronto-Socorro de Vicente de Carvalho, em Guarujá (SP). Segundo a mãe da criança, a confusão aconteceu após pessoas que estavam à frente na fila permitirem que elas passassem primeiro na consulta, o que incomodou o profissional. "Revolta", desabafou ela.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a criança foi atendida pelo médico após intervenção de uma policial militar que estava no local. O caso foi registrado como injúria no 2º Distrito Policial de Guarujá (SP). O g1 não localizou o homem até a última atualização desta reportagem.

A mãe do menino, Tuane Guilherme dos Santos, de 27 anos, afirma que o filho foi levado pela madrinha e pela mãe da mulher à unidade de saúde após vomitar e chorar por conta de dores na barriga. No local, a criança teria recebido uma pulseira 'verde', ou seja, que não indicava a necessidade de emergência no atendimento.

Médico discute com família e mostra dedo do meio dentro de unidade de saúde — Foto: Reprodução

Tuane ressaltou que, durante a espera no pronto-socorro, o filho piorou, chegando a ficar pálido. Diante disso, a madrinha da criança pediu para passar na frente de outros pacientes, que aceitaram, ainda segundo a mãe. A situação, porém, teria incomodado o médico.

"Ele falou que elas estavam passando na frente de todo mundo e que não tinha a necessidade, pois ele [o menino] estava bem", afirmou Tuane. "Elas falaram que não dava para esperar, e que todo mundo lá fora havia concordado. [...] Ele disse que não era certo e se recusou a atender".

Médico mostrou dedo do meio para madrinha de menino que passava mal em pronto-socorro de Guarujá (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Segundo a mãe do menino, a discussão entre as duas mulheres e o médico começou logo após a recusa. Tuane chegou à unidade de saúde em seguida e, conforme relatado por ela, também tentou convencer o profissional a atender o filho, sem sucesso.

"Meu filho já passou [em consulta] com ele e sempre fomos bem atendidos. Não entendi por que ele estava tão revoltado assim", desabafou a mãe. "A sensação é de revolta e raiva. Pagamos tantos impostos para simplesmente fazerem isso".

Dedo do meio

No vídeo, enviado à equipe de reportagem pela família, é possível ver a madrinha do menino discutindo com o médico, que se recusa a atender a criança alegando que elas passaram na frente de outros pacientes.

Em seguida, Tuane tenta convencer o profissional a atender o filho. Neste momento, o médico questiona a atitude das outras mulheres. "Como vocês querem que eu faça meu trabalho se chega todo mundo gritando comigo e com falta de educação?", perguntou ele.

Por fim, após mais bate-boca, a madrinha da criança aponta novamente o celular em direção ao médico. "Some da minha frente, sua idiota", disse o homem, que mostrou o dedo do meio para ela e a xingou de "arrombada". A mulher respondeu que ele era um "descaso para a humanidade".

Atendimento

Tuane afirmou que, em meio à confusão, pediu ajuda para uma policial militar que atendia uma ocorrência no local. A agente foi até o médico e o convenceu a atender o menino.

De acordo com a mãe, o profissional disse que a criança poderia estar passando por uma crise de apendicite e solicitou exames de sangue e urina.

Mais tarde naquele mesmo dia, a mulher voltou à unidade de saúde com o menino, desta vez atendido por outro médico, que o diagnosticou com uma infecção sanguínea. A criança foi medicada em casa e passa bem.

O que diz a prefeitura

Em nota, a Secretaria de Saúde (Sesau) informou que o paciente recebeu "todo o atendimento necessário na unidade" na última segunda-feira (11), data do ocorrido, e acrescentou que apura a conduta do profissional.

SSP-SP

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo complementou a nota informando que, após prestarem depoimento, as mulheres foram informadas sobre o prazo para a representação criminal contra o autor.

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