Por Werlon César, EPTV, g1 Ribeirão Preto e Franca


Paleontólogos de Monte Alto descobrem nova espécie de crocodilo

Paleontólogos de Monte Alto descobrem nova espécie de crocodilo

Há 85 milhões de anos habitava em Catanduva (SP) um crocodilo herbívoro de 1,20m, com capacidade de vocalização e grande potencial de organização social.

Trata-se do Caipirasuchus catanduvensis, espécie descoberta por paleontólogos de Monte Alto (SP) e batizada em homenagem à cidade onde foi encontrada, a 66 km de distância.

O feito inédito foi publicado na edição de junho da revista científica Historical Biology.

O fóssil que foi objeto de estudo compõe agora o acervo do Museu de Paleontologia de Monte Alto, mas foi encontrado em 2011, durante obras de duplicação da Rodovia da Laranja (SP-351), que liga Santo Antônio da Alegria a Catanduva.

Fósseis foram encontrados durante obras de duplicação de rodovia — Foto: Reprodução/Acervo Museu de Paleontologia de Monte Alto

Segundo o paleontólogo Fabiano Iori, um dos condutores do estudo no Museu de Monte Alto, a descoberta ajuda a compreender melhor como foi o período Cretáceo no interior paulista.

"Eram bichos adaptados a seu ambiente. Naquele período, no final do Cretáceo, antes da extinção, a gente tinha grupos de crocodilos ocupando nichos que hoje são ocupados pelos mamíferos. Podemos inferir que ambientes que pareciam totalmente estáveis estão sujeitos a mudanças do ambiente e dos fatores externos", diz.

Caipirasuchus catanduvensis é uma nova espécie descoberta a partir de fósseis encontrados em Catanduva — Foto: Reprodução/Fabiano Iori

Caipirasuchus catanduvensis

A nova espécie se junta a outras seis do gênero Caipirasuchus, todas elas encontradas entre São Paulo e Minas Gerais.

O grupo possui como caraterística principal ser crocodilo herbívoro. Esses animais ocuparam a região no período Cretáceo, juntamente com os dinossauros.

Ainda segundo Iori, foi a partir de estruturas morfológicas que foi possível chegar à conclusão que este fóssil se tratava do mesmo gênero. Ainda assim, ele é diferente porque é o único que era capaz de se comunicar com outros membros da espécie.

"Após exames tomográficos, a gente notou que tem uma diferença no céu da boca, uma câmara que se liga com as vias aéreas que não são encontradas nas outras formas. Ele vocalizava, o que é um indicativo de organização social, como avisar sobre um predador, ter cuidados parentais ou outros arranjos de estrutura social".

Fósseis do Caipirasuchus estão no Museu de Paleontologia de Monte Alto — Foto: Reprodução/Fabiano Iori

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