Por Júlia Putini, g1


Aplicação de vacina contra Covid-19 — Foto: Reprodução/EPTV

Estudo feito pelo Instituto Todos Pela Saúde (ITpS) em conjunto com o Hospital Israelita Albert Einstein demonstrou que a proteção contra a covid longa ocorre somente com a quarta dose da vacina.

Pessoas que tomaram três doses estão protegidas contra o agravamento da doença aguda e morte, mas não contra sua forma prolongada.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), covid longa é quando os sintomas da doença persistem por mais de três meses depois da infecção e duram pelo menos 2 meses, não podendo ser explicados por um diagnóstico alternativo.

Para as análises, os pesquisadores usaram dados coletados de 18.340 profissionais do hospital. Destes, 7.051 tiveram covid-19 no período, sendo que 5.118 (72,6%) não relataram nenhum sintoma de covid longa. Dos 1.933 indivíduos que relataram sintomas persistentes (27,4% do total), a maioria (51,8%) apresentou três ou mais.

A quarta dose reduziu em 95% as chances de covid longa em relação aos não vacinados. Não foi observada redução significativa de risco para covid longa no grupo de vacinados com uma, duas ou três doses.

Há outros três fatores de risco para os sintomas persistentes:

  • Ser mulher: mulheres tem 21% mais risco de terem covid longa do que os homens.
  • Número de infecções: ter duas ou mais infecções aumenta em 27% a chance de sintomas persistentes.
  • Variantes: a variante Gama representou mais risco para covid longa em comparação com Delta e Ômicron.

Para Alexandre Marra, pesquisador do Einstein e um dos autores do estudo, a maior evidência encontrada é o poder de proteção das duas doses de reforço.

"É importante que existam novos estudos e que o poder público embase suas estratégias de atuação nessas evidências científicas”, diz Marra.

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