Por g1


Quase 500 milhões de pessoas desenvolverão doenças cardíacas, obesidade, diabetes ou outras doenças não transmissíveis atribuíveis a falta de atividade física entre 2020 e 2030. — Foto: Caíque Cahon - UFJF/Divulgação

Em um novo relatório, divulgado nesta quarta-feira (19), a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou sobre a inatividade física. Segundo o documento, quase 500 milhões de pessoas desenvolverão doenças cardíacas, obesidade, diabetes ou outras doenças não transmissíveis atribuíveis à falta de atividade física entre 2020 e 2030.

A inatividade física é definida como a prática de atividade física insuficiente para recomendações de atividade física.

A OMS também calcula que os custos de tratamentos de novos casos dessas doenças chegarão a quase US$ 300 bilhões até 2030, cerca de US$ 27 bilhões anuais.

Progresso lento

Dados de 194 países mostram que, em geral, o progresso é lento e que os países precisam "acelerar o desenvolvimento e implementação de políticas para aumentar os níveis de atividade física e, assim, prevenir doenças e reduzir a carga sobre os sistemas de saúde já sobrecarregados", diz o relatório.

Segundo a organização, desses países analisados:

  • Menos de 50% países têm uma política nacional de atividade física, dos quais menos de 40% estão operacionais.
  • Apenas 30% dos países têm diretrizes nacionais de atividade física para todas as faixas etárias.
  • Embora quase todos os países relatem um sistema para monitorar a atividade física em adultos, 75% dos países monitoram a atividade física entre adolescentes e menos de 30% monitoram a atividade física em crianças menores de 5 anos.
  • Nas áreas políticas que poderiam incentivar o transporte ativo e sustentável, apenas pouco mais de 40% dos países têm padrões de projeto de estradas que tornam a caminhada e o ciclismo mais seguros.

Nas áreas políticas que poderiam incentivar o transporte ativo e sustentável, apenas pouco mais de 40% dos países têm padrões de projeto de estradas que tornam a caminhada e o ciclismo mais seguros — Foto: Divulgação/Esalq-USP

O relatório pede que os países priorizem a atividade física como chave para melhorar a saúde e combater as doenças evitáveis, integrem a atividade física em todas as políticas relevantes e desenvolvam ferramentas, orientações e treinamento para melhorar a implementação.

“Precisamos facilitar programas inclusivos de atividade física para todos e garantir que as pessoas tenham acesso mais fácil a eles. Este relatório emite um apelo claro a todos os países para uma ação mais forte e acelerada de todas as partes interessadas relevantes, trabalhando melhor em conjunto para atingir a meta global de uma redução de 15% na prevalência de inatividade física até 2030", disse Ruediger Krech, diretor do Departamento de Promoção da Saúde da OMS.

Até 300 minutos por semana

As diretrizes da OMS orientam que adultos façam até 300 minutos de atividade física por semana – até uma hora de exercícios por cinco dias ou 40 minutos por sete dias – ou façam 150 minutos de atividade física intensa por semana, quando não tiver contraindicação, para combater o risco de morte precoce associada ao sedentarismo.

A OMS explica que a atividade física traz muitos benefícios para a saúde e reduz riscos de mortalidade por doença cardiovascular, hipertensão, diabetes tipo 2, além de ser importante para a saúde mental, saúde cognitiva e sono.

Enquanto os adultos devem fazer até 300 minutos por semana, os idosos devem realizar atividades físicas que enfatizem o equilíbrio funcional e o treinamento de força em intensidade moderada ou alta em três ou mais dias da semana.

As gestantes e puérperas devem praticar atividades físicas regulares durante a gravidez e após o parto. Alongamento suave também pode ser benéfico. Crianças e adolescentes devem fazer pelo menos uma média de 60 minutos por dia de atividade física de intensidade moderada a alta. Atividades que fortalecem os músculos e ossos devem ser feitas pelo menos três vezes por semana.

— Foto: Daniel Reche para Pixabay

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