Por João Pedro Lamas, g1 RS


Cidade provisória sendo montada em Canoas — Foto: Governo do RS/Divulgação

O poder público, em parceria com a iniciativa privada, começou nesta semana a construção dos primeiros três Centros Humanitários de Acolhimento (CHA), estruturas que o governo do Rio Grande do Sul chamava de "cidades provisórias" e vão acolher as pessoas desabrigadas pelas enchentes que assolam o estado.

Já no Centro Olímpico Municipal (COM), é feita a instalação das estruturas modulares que vão compor o outro CHA. O mesmo ocorre no CHA do Centro Vida, em Porto Alegre.

A previsão informada pelo governo é de que o primeiro CHA fique pronto até o final deste mês. Com isso, em até 20 dias, poderá receber famílias. Hoje, há cerca de 10,4 mil pessoas em abrigos públicos no RS. No total, os CHAs vão ter capacidade para receber até 3,7 mil pessoas.

"Os Centros Humanitários de Acolhimento são uma solução transitória entre os abrigos onde as pessoas estão atualmente, que são na verdade alojamentos provisórios, e as residências definitivas do programa habitacional já anunciado pelo governo Federal", disse o vice-governador Gabriel Souza.

De acordo com o gabinete do vice-governador, há outros dois CHAs para serem construídos em Porto Alegre: no estacionamento do Porto Seco e no Centro de Eventos Ervino Besson.

No estacionamento do Porto Seco, o projeto e a organização da forma de acolhimento estão em fase de finalização. Já no centro de eventos, é feito o levantamento do terreno e avaliação de condições e de necessidades para infraestrutura.

Porto Alegre e Canoas são as primeiras contempladas porque, segundo a assessoria de comunicação do gabinete, foi onde as negociações avançaram e onde está cerca de 50% da população desabrigada. Há tratativas em andamento com as prefeituras de São Leopoldo e Guaíba para instalação de CHAs nessas cidades.

Cidade humanitária sendo montada em Porto Alegre — Foto: Governo do RS/Divulgação

Infraestrutura

Esses espaços devem contar com a infraestrutura de serviços básicos para as famílias, como refeitório, cozinha, lavanderia, fraldário, áreas para assistência médica e social, de convivência, para crianças, animais de estimação e banheiros (saiba mais abaixo). Além disso, ficam próximos de postos de saúde, escolas e pontos de ônibus.

A seleção das famílias que vão ocupar os espaços será feita pelas prefeituras, que também estão responsáveis pela oferta de serviços de água, saneamento e luz. A segurança será feita pela Brigada Militar (BM). A administração dos espaços ficará a cargo da Organização Internacional para as Migrações (OIM) – responsável pela triagem, limpeza e atividades de integração e alimentação, por exemplo.

Estrutura de cidade provisória em construção em Porto Alegre — Foto: Governo do RS/Divulgação

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio) está responsável pela contratação da empresa que vai erguer as estruturas onde as famílias ficarão abrigadas. A entidade também vai custear a gestão do espaço.

Casa montável erguida em cidade provisória em Canoas — Foto: Governo do RS/Divulgação

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Como serão os espaços

As unidades serão modulares, em formato de tenda galpão (retangular) e tenda piramidal com estruturas metálicas e divisórias internas para definir os espaços ocupados por cada família – com o objetivo de garantir privacidade.

A infraestrutura prevista é a mesma utilizada em hospitais de campanha e outras estruturas emergenciais instaladas pelo poder público e por empresas privadas, especialmente durante o período da pandemia.

Cidades provisórias sendo erguidas em Canoas — Foto: Governo do RS/Divulgação

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