Por g1 RS


Matteus Amaral, vice-campeão do BBB 24 — Foto: Reprodução/Globo

O Instituto Federal Farroupilha (IFFar) determinou a abertura de processo administrativo interno para investigar o ingresso por cota racial do ex-BBB Matteus Amaral na faculdade de Engenharia Agrícola em 2014. Ele se autodeclarou preto.

Em nota pública divulgada pelo IFFar, a instituição disse que o objetivo é "identificar as situações que envolvem a participação dele no certame".

Sobre consequências que podem haver para Matteus se a conclusão do processo for que o ex-BBB fraudou a política afirmativa, a assessoria de comunicação disse que deve se manifestar a respeito a partir da semana que vem.

O vice-campeão do BBB 24 se manifestou a respeito do caso nas redes sociais dizendo que a inscrição no processo seletivo foi "realizada por um terceiro, que cometeu um erro ao selecionar a modalidade de cota racial” sem o seu “consentimento ou conhecimento prévio". Além disso, que não teve a intenção de se beneficiar com o ingresso na reserva de vagas por políticas afirmativas.

Nota publicada por Matteus Amaral nas redes sociais — Foto: Reprodução/instagram

Repercussão

O caso ganhou repercussão após uma publicação nas redes sociais trazer o assunto à tona.

Conforme o IFFar, "em 2014, o estudante Matteus Amaral Vargas ingressou no curso de bacharelado em Engenharia Agrícola oferecido em conjunto com a Unipampa. A inscrição dele foi feita nas vagas destinadas a candidatos pretos/pardos". Consta no Edital nº 046/2014 o nome dele (veja o documento abaixo).

Durante o BBB, Matteus contou aos colegas de confinamento que abandonou os estudos para cuidar da avó, que estava doente na época. Ele trancou a matrícula no 5º semestre.

Nome de Matteus Amaral em edital do Instituto Federal Farroupilha — Foto: Reprodução

O que diz o IFFar

A respeito do caso só ter vindo à tona em 2024, anos após o ingresso de Matteus no curso, o IFFar informou que "naquela época, de acordo com a Lei de Cotas de 2012, o único documento exigido para a inscrição nas cotas era a autodeclaração do candidato". "Não havia mecanismo de verificação ou comprovação da declaração do candidato", acrescentou a instituição.

Conforme o IFFar, possíveis fraudes às políticas de ações afirmativas eram apuradas apenas se houvesse denúncia formal na Ouvidoria da instituição – o que não houve.

"Nesse caso, a questão poderia ser investigada internamente, por meio de um processo administrativo normal, que assegurasse ampla defesa de todas as partes. Nenhuma denúncia desse tipo foi feita na época", sustentou.

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