Por João Pedro Lamas, Gustavo Chagas, g1 RS


Ônibus foi incendiado em Porto Alegre. Não há informações sobre feridos — Foto: Carla Mello/GZH

A Brigada Militar (BM) prendeu preventimamente dois policiais suspeitos de envolvimento no desaparecimento de Vladimir Abreu de Oliveira, de 41 anos, após uma abordagem em Porto Alegre. O caso ocorreu no dia 17 de maio. O corpo do homem foi encontrado dois dias depois, na Zona Sul da capital, motivando protestos de moradoresdois ônibus foram incendiados na ocasião.

As prisões ocorreram na sexta-feira (7). Os nomes dos PMs suspeitos não foram divulgados.

Segundo familiares e testemunhas, Vladimir estava em casa, no Condomínio Princesa Isabel, no bairro Santana, quando foi abordado pela BM, em 17 de maio. Sem notícias dele, a família fez buscas em delegacias e hospitais, mas não teve resultado.

O corpo de Vladimir foi encontrado no dia 19 de maio, no bairro Ponta Grossa, cerca de 10 km de distância de onde havia sido visto pela última vez. A irmã, Letícia Abreu de Oliveira, afirmou que o corpo da vítima apresentava sinais de tortura.

"A gente reconheceu o corpo, a minha prima reconheceu o corpo, ele tá todo machucado, todo, todo. A perita falou, 'torturaram ele, torturaram ele antes de matar'. Torturaram ele. E ele não tinha inimigo, ele não tinha guerra, ele não era envolvido com tráfico", disse, na época.

Policiamento é reforçado após ônibus serem incendiados em Porto Alegre

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Após serem informados de que Vladimir havia sido encontrado morto e com ferimentos pelo corpo, cerca de 50 pessoas bloquearam a avenida em frente ao condomínio. Dois ônibus foram incendiados. Os motoristas contaram à polícia que os manifestantes pediram para todos que estavam nos veículos saíssem. Ninguém ficou ferido.

O comandante do 9º Batalhão de Polícia Militar, tenente coronel Fábio da Silva Schmitt, afirma que a corporação "não compactua com condutas criminosas e desviantes".

Na última semana, a Polícia Civil prendeu quatro suspeitos de incendiar os ônibus. No dia 19 de maio, eles teriam comprado o combustível em um posto de gasolina e ateado fogo nos veículos, segundo a investigação.

"Não há justificativa para um fato tão grave que é a queima de ônibus, colocando a vida de pessoas em risco. O fato do desaparecimento do Vladimir está sendo apurado em outro inquérito pelo Departamento de Homicídios e pela Brigada Militar", afirmou o Subchefe de Polícia, Heraldo Chaves Guerreiro, no dia 3 de junho.

Momento da operação que prendeu quatro pessoas por incêndio em ônibus — Foto: Divulgação/Polícia Civil

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