Sacos de areia substituem comporta retirada de muro anticheia em Porto Alegre — Foto: Mateus Bruxel/Agência RBS
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, baixou 23 centímetros em quase 24 horas após ter superado os 4 metros por causa da chuva que caiu sobre a Capital do Rio Grande do Sul. O estado registra 166 vítimas em razão das chuvas e cheias. Além disso, há 61 pessoas desaparecidas e 637 mil fora de casa, conforme boletim divulgado pela Defesa Civil na manhã deste sábado (25).
Conforme medição feita pela Agência Nacional de Águas (ANA) no cais Mauá, o nível do lago atingiu 4,32 metros na sexta-feira (24) por volta das 19h e começou a descer até chegar a 4,09 metros às 17h15 deste sábado (25).
A cota de inundação do Guaíba é de 3 metros, ou seja, a água ainda não recuou e permanece alagando o perímetro urbano de Porto Alegre – e a situação não deve mudar logo.
Cientistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS afirmam que "os cenários de previsão indicam cheia duradoura, com manutenção dos níveis elevados nos próximos dias".
"Os níveis do Guaíba devem oscilar em torno da marca dos 4 metros. Devem ocorrer elevações dos níveis do Guaíba pelos ventos previstos e manutenção dos patamares dos níveis em função das chuvas que já aconteceram nesta semana e chuvas previstas na próxima semana, prolongando a cheia", destaca o IPH.
A prefeitura chegou a colocar sacos de areia para conter o avanço do lago no mesmo local onde, uma semana antes, foi derrubada de uma comporta para escoar a água acumulada na rua.
Tragédia ambiental
O estado registra 165 vítimas em razão do desastre. Há 64 pessoas desaparecidas. As chuvas e enchentes também deixaram 806 feridos e 637 mil pessoas fora de casa. Além disso, quatro pessoas morreram por leptospirose após contato com a água suja e contaminada das enchentes.
Chuva
A instabilidade superou os 100 milímetros em 24 horas, entre quinta e sexta-feira, em Porto Alegre. O mês de maio foi o mais chuvoso na cidade em mais de um século, aponta um levantamento da Climatempo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) obtidos desde 1916.
A água, que subiu pelos bueiros, alagou locais que não tinham sido atingidos anteriormente. A situação é explicada por um conjunto de problemas: volume de chuva, obstrução de galerias de escoamento e limitações nas casas de bombas.
A situação deixa a população sem saber o que fazer diante do risco de alagamentos.
Escola suja após inundação em Porto Alegre — Foto: Reprodução/RBS TV
Alerta
A Defesa Civil de Porto Alegre emitiu nesta sexta-feira alerta para 26 pontos com alto risco de deslizamentos, processos erosivos e rolamento de blocos em áreas suscetíveis. O alerta é válido até a segunda (27).
Morador limpa rua suja de lama em Porto Alegre — Foto: Reprodução/RBS TV
Ondas invadem parque na Orla do Guaíba, em Porto Alegre — Foto: Renan Mattos/Agência RBS