Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, alagado — Foto: Reprodução/RBS TV
O fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, provocou alterações na malha aérea do Rio Grande do Sul. O terminal da capital foi alagado pelas cheias, que já provocaram 151 mortes no estado. Para contornar o problema, terminais do interior do estado servem de alternativa para 116 voos comerciais por semana.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério dos Portos e Aeroportos anunciaram 53 voos para outros os aeroportos do estado: Caxias do Sul, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Santo Ângelo e Uruguaiana. Outros 35 voos vão para a Base Aérea de Canoas.
"Estamos, sim, preparados devido ao nosso apoio logístico tanto na parte operacional quanto na parte do controle de tráfego aéreo", diz o diretor do Aeroporto Regional de Caxias do Sul, Maurício D'Ávila.
Além disso, 28 rotas serão transferidas para os aeroportos de Florianópolis e Jaguaruna, em Santa Catarina. No estado vizinho, o Aeroporto de Chapecó vai poder receber aviões maiores.
Mapa com aeroportos que vão receber voos destinados a Porto Alegre — Foto: Reprodução/RBS TV
Além dos 151 mortos, o Rio Grande do Sul registra 104 desaparecidos e 806 feridos. São 617 mil pessoas fora de casa. Deste total, 540,1 mil estão desalojados (em casas de amigos ou parentes) e 77,2 mil foram acolhidos em abrigos.
O governo estima que a população afetada pelo evento climático seja de 2,2 milhões de gaúchos. Dos 497 municípios do RS, 461 registraram transtornos.
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Rotina dos passageiros
As mudanças já alteram a rotina de passageiros de todo o Brasil. Um grupo de trabalhadores do Ceará, do Rio Grande do Norte e de São Paulo que seguia para Porto Alegre desembarcou em Passo Fundo. A mudança na rota fez a viagem atrasar um dia.
"A passagem, a gente estava para o dia de ontem. Só que, devido a isso, a empresa tentou ver outro dia e o aeroporto mais próximo que tinha para a gente chegar até o destino final", diz Luis Eduardo de Araújo Barbosa, encarregado de produção de uma empresa.
O Aeroporto Lauro Kortz, em Passo Fundo, no Norte do RS, já recebia aeronaves de três empresas aéreas. Segundo o plano emergencial da Anac e do governo federal, serão 16 voos novos por semana no terminal. Para dar conta da demanda, foi solicitado apoio financeiro para modernizar os equipamentos que orientam pousos e decolagens.
O Aeroporto Regional Sepé Tiarajú, em Santo Ângelo, no Noroeste do estado, terá mais dois voos semanais até Campinas (SP), além dos voos que já atendiam o terminal anteriormente.
"Tivemos como realizar a nossa viagem aqui, porque a companhia aérea fez essa mudança", conta a advogada Ana Paula Stumpf, passageira do terminal.
A Fraport, que administra o Aeroporto Salgado Filho, calcula que quase 600 mil pessoas serão afetadas diretamente pela interdição do terminal apenas no mês de maio. A orientação da Anac para quem tinha passagens compradas pousando ou decolando da Capital é procurar as companhias aéreas para fazer o pedido de reembolso total. Também é possível tentar remajenar o destino para um dos aeroportos do estado.
Aeroporto de Santo Ângelo, no Noroeste do RS — Foto: Reprodução/RBS TV
Situação dos aeroportos do RS:
- Aeroporto Internacional Salgado Filho (Porto Alegre): fechado por tempo indeterminado, com todas as operações suspensas
- Capão da Canoa: operando normalmente
- Carazinho: operando normalmente
- Erechim: operando normalmente
- Passo Fundo: operando normalmente
- Rio Grande: operando normalmente
- Santo Ângelo: operando normalmente
- Torres: operando normalmente
- Canela: fechado nesta tarde por conta das condições meteorológicas.
- Bagé: operando normalmente
- Pelotas: operando normalmente
- Uruguaiana: operando normalmente
- Caxias do Sul: fechado por conta das condições meteorológicas
- Santa Cruz do Sul: fechado por conta das condições meteorológicas