Por g1 RS


Cemitério de Lajeado, à beira do Rio Taquari. Com a enchente, água chegou a encobrir e danificar túmulos e muros do local — Foto: Fàbio Tito/g1

Chegou a 157 o número de vítimas dos temporais e enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre o fim de abril e a primeira quinzena de maio. Dois novos óbitos foram confirmados em relação à estima anterior.

Ainda conforme o relatório da Defesa Civil divulgado neste domingo (19), há 88 pessoas desaparecidas.

  • Mortos: 157
  • Desaparecidos: 88
  • Feridos: 806
  • Pessoas em abrigos: 76.955
  • Desalojados: 581.633
  • Pessoas afetadas: 2.336.136
  • Pessoas resgatadas: 82.666
  • Animais resgatados: 12.215
  • Municípios afetados: 463

São mais de 658 mil pessoas fora de casa. Deste total, 581,6 mil estão desalojados (em casas de amigos ou parentes) e 76,9 mil foram acolhidos em abrigos.

O governo estima que a população afetada pelo evento climático seja de 2,3 milhões de gaúchos. Dos 497 municípios do RS, 463 registraram transtornos.

Em Eldorado do Sul, a água recua depois de semanas de enchente

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Guaíba baixa, e prefeitura derruba comporta

Com a marca de 4,52 metros, aferida na manhã deste sábado, o Guaíba marcou seu menor nível desde a madrugada de segunda (13) em Porto Alegre. O índice ainda está distante da cota de inundação (3 metros), mas permite a adoção de algumas medidas para "desalagar" o Centro Histórico.

Com a baixa, o Guaíba está em um nível menor do que a água acumulada nas ruas do Centro Histórico. Por isso, a prefeitura derrubou uma comporta do Muro da Mauá, em frente à Rua Padre Tomé, nas proximidades da Basílica das Dores.

Água acumulada no Centro de Porto Alegre 'volta' para o Guaíba — Foto: André Ávila/Agência RBS

Com a operação, será possível acessar duas casas de bomba, que ajudam a drenar a água acumulada nas ruas para fora da área urbana.

As comportas são grandes portões de ferro que impedem que a água do lago invada a cidade. Já as bombas são equipamentos elétricos que bombeiam para fora da cidade a água que toma as redes de esgotos. Com as cheias, houve problemas nesse sistema, o que permitiu a inundação de parte da área urbana da capital.

Nível do Guaíba a cada dia
Maior nível a cada dia
Fonte: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)

Vales

No Vale do Taquari, região atingida pelos primeiros temporais, ainda no final de abril, os municípios afetados agora enfrentam outros desafios para retomar a vida.

Em Lajeado, o nível da água baixou, no entanto alguns moradores ainda não conseguiram voltar para suas casas devido a quantidade de lama no local. A população relata dificuldade para mover o barro acumulado. Móveis e pertences também se acumulam nas ruas. Imagens mostram um carro coberto pela lama.

Já em Encantado, as equipes da prefeitura trabalharam na região de Barra do Coqueiro para restabelecer os acessos à casas que ficam na zona rural. Vários trechos que levam ao interior do município seguem bloqueados. O abastecimento de água e o fornecimento de energia elétrica está sendo restabelecido na região.

Após água baixar, trabalho é para reconstruir cidades como Encantado

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Serra

Na Serra, a preocupação é com uma estrada que liga a região ao Litoral Norte. Um trecho da RSC-453, a Rota do Sol, tem risco iminente de desmoronar. O alerta é para o km 158 e foi feito pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), de Caxias do Sul.

"O risco, eu lhe diria que é 99,99% pelo que está posto. O estudo geológico aponta que há um risco de 99%, para não dizer 100%. Não se sabe quando esse desmoronamento poderá ocorrer, mas pela movimentação do talude, o desmoronamento poderá ser parcial ou por inteiro", afirmou o diretor-presidente substituto da Samae, Ângelo Barcarolo, em entrevista à Rádio Gaúcha, do Grupo RBS.

Caso o desmoronamento se confirme, podem ser necessários até 20 dias para remover toda a terra da rodovia. Segundo os técnicos, o volume poderia encher três campos de futebol.

Estrada que liga Serra ao Litoral Norte do RS tem '99,9%' de risco de desmoronamento

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