Por Mateus Trindade, RBS TV


Prefeitura de Porto Alegre monta barricada no centro da cidade para conter avanço da água — Foto: Mateus Trindade/RBS TV

Com o risco do Guaíba atingir a marca histórica de 5,4 metros entre esta segunda (13) e terça-feira (14), a Prefeitura de Porto Alegre construiu uma barricada improvisada em frente à Usina do Gasômetro, região central da cidade, para conter o avanço das águas do lago.

As barreiras têm 1,80 metro e foram montadas com dois andares de sacos de areia. As estrutura estão localizadas na Avenida Presidente João Goulart e na Rua General Salustiano, no Centro da capital.

O objetivo da operação é evitar que o Guaíba chegue até a casa de bombas 16 do DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgotos), desligada desde a última segunda-feira (6) e responsável por drenar os bairros Cidade Baixa e Menino Deus – ambos ainda com registros de alagamentos.

Além disso, a barricada busca evitar que a água avance até o local onde ficam localizados os carros do Corpo de Bombeiros, Brigada Militar, Polícia Civil e voluntários, que seguem atuando nos resgates.

De acordo com o último boletim do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da UFRGS, o nível do Guaíba pode chegar a 5,4 metros, entre esta segunda (13) e terça-feira (14), por conta dos níveis dos rios e efeitos do vento. O recorde histórico é de 5,33 e foi registrado no último dia 5.

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Na manhã desta segunda-feira (13), o nível do Guaíba superou a marca histórica da enchente de 1941 pela segunda vez desde o início das enchentes, conforme medição da Agência Nacional de Águas (ANA). E a água segue subindo.

O nível do lago estava em 4,77 metros às 7h e, às 13h15, já registrava 4,94 metros. O Guaíba subiu 30 centímetros nas últimas 12 horas. A média histórica da enchente de 1941 é de 4,75 metros, e foi superada pela primeira vez no último dia 3.

Sacos de areia colocados perto da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre, para evitar que ruas voltem a inundar com a cheia do Guaíba na manhã desta segunda-feira (13). — Foto: Reprodução/TV Globo

Rua desmorona em Gramado

Uma rua em Gramado, na Região da Serra, desmoronou no final de semana após a chuva que atingiu a cidade. Moradores precisaram sair de casa por causa do risco à segurança deles.

De acordo com a prefeitura da cidade, o que fez com que o asfalto cedesse na Rua Henrique Bertoluci, no bairro Piratini, foi uma infiltração consequência da chuva. O Rio Grande do Sul enfrenta temporais há mais de 10 dias. Só em Gramado, sete pessoas morreram vítimas de deslizamentos de terra.

A Defesa Civil divulgou que já houve evacuações de seis bairros e cinco localidades no interior ao longo de 10 dias: Piratini, Três Pinheiros, Centro, Bavária, Planalto, Várzea Grande, linha Quilombo, Serra Grande, Estrada do Moreira, Bonita e Morro Redondo. No total, são 142 áreas nesses locais.

Rua desmoronou em Gramado após chuvas — Foto: RBS TV/Reprodução

Alta nos rios deixa RS em alerta

Municípios como Canoas e Pelotas orientam a evacuação de áreas de risco, e nas regi��es do Vale do Taquari e Caí, moradores já precisaram sair de casa.

Já na Serra, o problema são os riscos geológicos. Um deslizamento matou uma pessoa em Caxias do Sul, e em Gramado, uma rua cedeu.

O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), em entrevista à Globonews, afirmou que o estado pode contar com novos desastres nas próximas horas. "Temos que contar com a possibilidade de ter mais destruição".

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Números da tragédia

Com duas mortes confirmadas nesta segunda-feira (13), o Rio Grande do Sul chegou a 147 vítimas dos temporais e cheias que atingem o estado desde o final de abril. O boletim da Defesa Civil ainda contabiliza 127 desaparecidos e 806 feridos.

O número de pessoas fora de casa é de 617 mil. No total, 79,5 mil estão em abrigos e 538 mil estão desalojados (em casa de amigos e parentes)

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