Por g1 RS


  • Temporais que começaram a atingir o RS em 29 de abril causaram 113 mortes e deixaram 146 desaparecidos.

  • Área central de Porto Alegre mais próxima do Guaíba ficou completamente alagada. Aeroporto e a rodoviária não estão operando.

  • Segundo projeção, Guaíba deve levar ao menos 30 dias para voltar ao nível abaixo dos 3 metros. Na enchente histórica de 1941, foram 32 dias.

Lixo demarca recuo do Guaíba recua em Porto Alegre — Foto: Pietro Oliveira/RBS TV

O nível do Guaíba, em Porto Alegre, baixou mais nas últimas horas: desceu para 4,7 metros conforme medição feita na tarde desta sexta-feira (10) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá. Foi uma redução de 30 centímetros em 24 horas (veja o gráfico abaixo). A marca fica abaixo daquela registrada na enchente história de 1941, de 4,76 metros.

Mesmo com a redução, o Guaíba segue mais de 2 metros acima da cota de inundação (3 metros). Apesar disso, a água que avançava sobre as ruas da capital aparenta estar estável e até recuando em algumas regiões, segundo moradores que tem monitorado o nível dos alagamentos onde vivem.

A área central de Porto Alegre mais próxima do Guaíba ficou completamente alagada após o lago transbordar. O aeroporto e a rodoviária não estão operando por estarem tomados por água.

Nível máximo do Guaíba por dia
Atualizado às 12h45 de sexta-feira (10)
Fonte: ANA
Nível do Guaíba (em metros)
Atualização: 11h30 de 08/05
Fonte: Ceic

Repique

Cientistas do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS alertam para a possibilidade de elevação do nível do Guaíba após a previsão de mais chuva para o Rio Grande do Sul.

Os pesquisadores afirmam que há "possibilidade de repique por efeito das chuvas previstas a partir de final de semana podendo retornar a marca dos 5 metros". O cenário pode ser prejudicado caso o vento que sopra do sul se confirme, elevando o lago em cerca de 20 centímetros.

Beira do Guaíba mostra enchente em Porto Alegre no dia 8 de maio de 2024 — Foto: Nelson Almeida/AFP

Temporais no RS

O mais recente boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul informou que subiu para 113 o número de mortos em razão dos temporais que atingem o estado. A atualização desta sexta-feira (10) aponta que há um óbito sendo investigado.

O número de pessoas fora de casa por causa dos temporais que atingem o RS desde 29 de abril chegou a 406,7 mil. Há, no total, 69.617 pessoas recebendo acolhimento em abrigos e outras 337.116 abrigadas nas casas de amigos ou parentes. Há 756 feridos e 146 desaparecidos.

O estado tem 435 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado aos temporais, com 1,9 milhão de pessoas afetadas.

Entenda, em dois pontos, por que as águas não baixam

  • Bacias formam "funil": água em grande quantidade que escoa das bacias dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Gravataí, Sinos. Essas bacias "jogam" suas águas para o Guaíba, na capital, formando uma espécie de funil que retém as enchentes e atrapalha a saída para o mar.
  • Ventos: ventos que sopram no sentido sul do litoral para o continente empurram a água da Lagoa dos Patos no sentido contrário, o que contribui com as inundações no Guaíba.

Infográfico mostra geografia de Porto Alegre — Foto: Arte/g1

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