Por g1 RS


Região da rodoviária de Porto Alegre durante cheia do Guaíba neste sábado (4) — Foto: Jorge Rosa/Arquivo pessoal

A rodoviária de Porto Alegre suspendeu todas as viagens de chegada e saída neste sábado (4). O local, que fica às margens do Guaíba, ficou completamente alagado por conta da cheia do lago, que superou a marca de 5 metros de elevação neste sábado. Esse é o maior nível já registrado na história.

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul afirma que 55 mortes foram confirmadas em razão dos temporais que atingem o estado, conforme boletim divulgado às 18h deste sábado (4). Outros sete óbitos já confirmados estão sendo investigados, para verificar se têm relação com a tragédia.

Além dos mortos, há 74 desaparecidos e 107 pessoas feridas. A Defesa Civil soma 82,5 mil pessoas fora de casa, sendo 13,3 mil em abrigos e 69,2 mil desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao todo, 317 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 510,5 mil pessoas.

Na quinta (2), o governador Eduardo Leite (PSDB) se referiu à tragédia como "o maior desastre climático" da história do Rio Grande do Sul e decretou estado de calamidade, já reconhecido pelo governo federal.

Além da rodoviária, ruas do Centro Histórico de Porto Alegre foram tomadas pela água do Guaíba. A "orientação expressa" da Defesa Civil do Estado é foi para que "os moradores, comerciantes e trabalhadores de regiões próximas às ruas Siqueira Campos, Sete de Setembro, Rua dos Andradas (rua da Praia), avenida Júlio de Castilhos e arredores evacuem imediatamente essas áreas de risco e procurem abrigos públicos ou outro local de segurança para permanecer durante a elevação de nível do Guaíba.

Imagens aéreas mostram ruas alagadas em Porto Alegre após cheia do Guaíba

Imagens aéreas mostram ruas alagadas em Porto Alegre após cheia do Guaíba

Veja fotos da região da rodoviária neste sábado (4):

Região da rodoviária de Porto Alegre, no centro da cidade, ficou totalmente alagada após enchente — Foto: Jorge Rosa/Arquivo pessoal

Rodoviária ficou totalmente alagada durante enchente em Porto Alegre — Foto: Jorge Rosa/Arquivo pessoal

Rodoviária de Porto Alegre ficou totalmente alagada com enchente neste sábado (4) — Foto: Jorge Rosa/Arquivo pessoal

Danos no estado

Os temporais causaram danos também na infraestrutura viária do RS. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 188 trechos de rodovias enfrentam algum tipo de bloqueio em razão disso. Do total, cinco trechos de rodovias federais e 28 trechos de rodovias estaduais sofrem bloqueio parcial. Os demais trechos enfrentam bloqueios totais.

O desastre ambiental também deixou cidades sem luz. Na manhã deste sábado, a Rio Grande Energia (RGE), concessionária de energia elétrica que atende parte do RS, divulgou que 296 mil clientes estão sem luz. A maioria desses clientes estão em áreas alagadas. As regiões mais afetadas são Vale do Taquari (92,1 mil), Metropolitana (88,4 mil), Vale do Rio Pardo, (43,8 mil), Vale dos Sinos (34 mil), Serra (12,4 mil), Planalto (11,7 mil), e Central (9,3 mil).

Já a outra concessionária de energia, a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), divulgou que há 54 mil clientes sem energia em sua área de atuação. Os municípios mais atingidos são Guaíba, Porto Alegre e Alvorada. Dos desabastecidos, 40 mil estão desligados por segurança devido a áreas alagadas, atendendo a solicitações da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e das prefeituras municipais.

Em Porto Alegre, o nível do Guaíba superou a cota de inundação, transbordando e avançando sobre ruas e avenidas – e ultrapassou os 5 metros na manhã deste sábado.

O aeroporto Salgado Filho foi fechado "devido ao elevado volume de chuvas".

Em entrevista coletiva na manhã deste sábado (4), o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), pediu que a população faça racionamento de água. "Quase uma determinação", disse Melo. Quatro das seis estações de tratamento de água não estão funcionado.

Os temporais deixaram presídios do estado ilhados devido às enchentes causadas. Mais de 1 mil detentos precisaram ser transferidos de unidades prisionais.

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