Por g1 RS


Anthony Chagas de Oliveira, morto aos dois anos pelo padrasto em Cidreira, de acordo com a Polícia Civil — Foto: Ministério Público/Divulgação

O padrasto e a mãe de Anthony Chagas de Oliveira, de 2 anos, morto em outubro de 2022 na cidade de Cidreira, no Litoral do Rio Grande do Sul, são julgados por um júri nesta quinta-feira (11). Respondem pelo crime Diego Ferro Medeiros, de 22 anos, e Joice Chagas Machado, de 28. Medeiros está preso preventivamente e Joice responde em liberdade.

O julgamento é realizado em Tramandaí, também no Litoral. Além do interrogatório da dupla, o júri ouviu testemunhas do caso. Durante a noite, defesa e acusação realizaram a fase de debates, que antecede a definição da sentença.

O padrasto é julgado por homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima ) e tortura (na modalidade castigo). A mãe responde por tortura por omissão, já que tinha conhecimento das agressões, mas não denunciou à polícia.

Julgamento do Caso Anthony

Julgamento do Caso Anthony

A Defensoria Pública, que atua na defesa de Diego, afirma que "irá se manifestar apenas nos autos do processo".

O advogado Alexandre Camargo Abe afirma que Joice "não tem nenhum envolvimento na morte do pequeno Anthony".

"Ela estava trabalhando quando tudo aconteceu. Em verdade, ela está sendo acusada pelo MP em decorrência de fatos pretéritos. A nosso ver, e com todo o respeito à posição do MP, houve um erro de interpretação por parte da acusação em relação ao laudo de necropsia e pretendemos esclarecer isso aos jurados. Temos convicção da inocência da Joice e lamentamos pelo fato de a acusação tê-la colocado no banco dos réus, ao lado do assassino do filho amado dela", diz o advogado.

O promotor André Tarouco, responsável pela acusação, comparou o caso com a morte do menino Miguel, em Imbé, onde também atuou no júri.

"Haverá mais um julgamento de um crime bárbaro contra uma criança, uma criança de dois anos que foi morta pelo padrasto. Mediante diversos golpes traumáticos, o acusado causou diversos traumatismos que acarretaram a morte do menino. Mais um caso que choca e que deve ser devidamente repreendido pela sociedade", diz Tarouco.

Presos mãe e padrasto suspeitos de morte de criança em Cidreira

Presos mãe e padrasto suspeitos de morte de criança em Cidreira

Investigação

Segundo a investigação policial, o padrasto foi responsável por espancar a criança.

Anthony tinha fraturas nos braços e outras lesões pelo corpo quando deu entrada na unidade de saúde. A equipe médica que prestou o atendimento no local entrou em contato com a Brigada Militar (BM) após suspeitar que o menino havia sofrido maus-tratos.

"A perícia confirmou a causa da morte como politraumatismos contusos, sendo identificadas na vítimas diversas lesões nos órgãos internos, escoriações e hematomas por todo o corpo, além de fraturas em ambos os braços", disse, na época, o delegado Rodrigo Nunes, responsável pela investigação.

O Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou, ainda, que havia indícios de que o menino sofria violência já há bastante tempo.

Conforme a Polícia Civil, houve tentativa de reanimação do menino, mas ele não reagiu e morreu.

'Um anjo desses não merecia', diz pai de criança morta em Cidreira

'Um anjo desses não merecia', diz pai de criança morta em Cidreira

VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!