De acordo com a meteorologista Cátia Valente, da Sala de Situação do governo do estado, ele pode ocorrer com a formação de nuvens do tipo cumulonimbus, características de fortes chuvas e que aparecem em elevadas altitudes. Esse quadro pode provocar rajadas de vento de grande intensidade que atuam de uma só vez. De acordo com Valente, esse foi o caso de Nova Santa Rita no último fim de semana.

A microexplosão é similar a um tornado, mas este acaba se deslocando girando em formato espiral, enquanto fenômenos como o ocorrido na Região Metropolitana surgem como se fossem um "corredor" de vento.

No último domingo, localidades de Nova Santa Rita enfrentaram diversos transtornos durante a microexplosão. Apenas no bairro Berto Círio, o mais afetado, cerca de cem casas foram afetadas e um depósito industrial foi destruído. Uma nogueira de mais de 80 anos chegou a tombar e bater em uma casa.

Como não há uma estação meteorológica em Nova Santa Rita, não é possível precisar qual foi a velocidade dos ventos registrados no município.

Outros municípios da Região Metropolitana também foram afetados. Em Cachoeirinha, mais de 80 famílias tiveram que deixar as casas. Após a cheia de um arroio da cidade, áreas ficaram alagadas e um carro ficou ilhado. Em Santo Antônio da Patrulha, três escolas sofreram estragos em parte da estrutura e mais de 100 casas foram destelhadas em oito distritos.

De acordo com a Climatempo Meteorologia, a tendência é de que a chuva siga atingindo o estado ao longo do mês de novembro. Apenas nesta semana, são esperados volumes acumulados maiores do que a média climatológica para todo o mês de novembro, que tem média histórica de 105 milímetros para a Capital, por exemplo. Os mais severos acumulados estão previstos para quinta-feira (16), com possibilidade de até 35 milímetros em Porto Alegre.

O grande volume de chuva esperado para o Rio Grande do Sul ao longo desta semana é provocado por uma combinação de fatores, de acordo com meteorologistas: uma frente fria passou pelo Litoral do estado nesta segunda (13) e outra frente fria já está prevista para esta quinta-feira, segundo a Climatempo.

Além dessas frentes, a presença de uma área de baixa pressão atmosférica sobre o Paraguai e a frequente passagem de ventos quentes vindos do Norte do Brasil completam uma circulação de ventos favorável à formação de muitas nuvens carregadas sobre o Rio Grande do Sul.