Por Pedro Trindade, g1 RS


Mulher olha cemitério municipal de Muçum (RS), após cidade ser atingida por ciclone extratropical — Foto: REUTERS/Diego Vara

A passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul deixou pelo menos 41 mortos no estado até esta sexta-feira (8). De acordo com balanço divulgado pela Defesa Civil, o maior número de vítimas foi registrado em Muçum, cidade a 157 km de Porto Alegre, onde foram encontrados 15 corpos. Outros 10 municípios registraram vítimas.

Até o momento, 46 pessoas estão desaparecidas: são 30 pessoas em Muçum, oito em Lajeado e oito em Arroio do Meio. Mais de 10 mil pessoas estão fora de casa devido às inundações. A Defesa Civil calcula que a quantidade de pessoas afetadas ultrapassa 135 mil.

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A reportagem do g1 confirmou, junto às prefeituras e o Instituto-Geral de Perícias (IGP), que a principal causa das mortes reportada foi afogamento. Com a cheia dos rios, casas e pessoas foram arrastadas pela correnteza. Em Mato Castelhano e Ibiraiaras, as pessoas estavam dentro de veículos que foram levadas pelas águas.

Carro em que estavam Delve Francescatto, de 50 anos, e Ironi de Fátima Godoi Francescatto, de 44 anos, foi destruído pela água — Foto: Reprodução/RBS TV e redes sociais

Em dois casos, pessoas morreram após sofrerem descargas elétricas. Um deles em Passo Fundo. O idoso chegou a ser resgatado por familiares e encaminhado ao hospital, mas não resistiu. O outro foi em Estrela. O homem tentava salvar cães da enchente.

Uma mulher morreu durante a operação que a resgatava em Lajeado. Ela estava sendo resgatada por um policial militar com a ajuda de um helicóptero, quando houve o rompimento do cabo com que eles eram içados e os dois caíram de um altura de cerca de 20 metros. O PM está hospitalizado.

Mapa mostra cidades que registraram mortes no RS — Foto: Arte/g1

Vítimas já identificadas

  • Cristiano Schusler - 41 anos
  • Neri Roberto Gonçalves da Silva - 67 anos
  • Delve Francescatto - 50 anos
  • Ironi de Fátima Godoi Francescatto - 44 anos
  • Moacir Engster - 57 anos
  • Maria da Conceição Alves do Rosário - 50 anos
  • Danilo Lourenzi - 71 anos
  • Vagner Lourenzi - 43 anos
  • Zilda Bonatto Amaral - 90 anos
  • Joeci Maria Filiceti - 64 anos
  • Genecilde de Feitas - 52 anos
  • Sebastião Nunes De Oliveira - 60 anos
  • Alvaro Pietta - 75 anos
  • Macximiliano Ricardo Pietta - 46 anos
  • Beatriz Maria Pietta - 72 anos
  • Leandro Menegildo - 43 anos

Equipe transporta corpo de vítima de ciclone extratropical em Muçum (RS) — Foto: REUTERS/Diego Vara

Velório coletivo

O prefeito de Muçum, Mateus Trojan (MDB), informou que será realizado um velório coletivo, em Vespasiano Correa, das vítimas dos temporais. A cerimônia ocorrerá a partir das 7h de sábado (9), no Ginásio Municipal da EMEB Esperança. O funeral será reservado aos familiares e amigos das vítimas.

Dez pessoas devem ser veladas no local, conforme a prefeitura. O município é um dos mais atingidos pela passagem do ciclone. De acordo com a Defesa Civil, 15 das 41 mortes foram registradas na cidade.

Alckmin irá ao RS

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), viajará ao Rio Grande do Sul no domingo (10), para acompanhar a situação no estado após a passagem do ciclone extratropical.

Alckmin está no exercício da Presidência em razão da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Índia para participar da cúpula do G20.

Ele também anunciou um repasse para as prefeituras de cidades atingidas pelo fenômeno natural. O valor é de R$ 800 por pessoa atingida, para que os municípios possam auxiliar no atendimento a essa população.

Uma comitiva de ministros já esteve nesta semana no Rio Grande do Sul. O presidente Lula, no entanto, não visitou o estado, que sofre com as consequências de uma das maiores tragédias já registradas.

Número de mortes após passagem de ciclone extratropical no Rio Grande do Sul chega a 41 em 11 cidades do estado

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* Colaborou Pedro Alt

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