Por Jonas Campos, RBS TV


Supermercado foi inundado em Caraá — Foto: Jonas Campos/RBS TV

Com pouco mais de 8 mil habitantes e distante cerca de 90 km de Porto Alegre, o pequeno município de Caraá viveu momentos difíceis entre a noite de quinta-feira (15) e a sexta-feira (16). No que foi classificada pela prefeitura como a pior enchente da história do município, as ruas começaram a alagar ainda na tarde de quinta. A prefeitura deve decretar situação de emergência.

"Nós estamos vivendo uma situação catastrófica aqui na nossa cidade", diz o prefeito Magdiel Silva.

No estado, a Defesa Civil do RS informa que a passagem do ciclone extratropical, com chuvas fortes e enchentes, deixou 11 mortos. Há ainda 10 desaparecidos, de acordo com atualização deste domingo (18), todos de Caraá. Entre eles, há três pessoas que estavam dentro de uma casa em Caraá, que foi arrastada pela força da chuva.

Residências foram destruídas, cercas arrancadas, muros derrubados. Um supermercado, localizado a cerca de 1 mil metros do rio Caraá, foi completamente inundado. Nas estimativas do gerente, Ivonir de Oliveira, 70% das mercadorias foram perdidas. Os funcionários passaram o dia tirando tudo que não tem mais condições de ser vendido.

A água começou a atingir o estabelecimento por volta de 22h de quinta. "Em 30 minutos, tomou conta de tudo. Não tinha mais o que fazer, nem conseguimos entrar no mercado. O balcão de carne, a água virou tudo, estourou uma janela e aí deu vazão de água", descreve.

Caraá teve registro de danos — Foto: Jonas Campos/RBS TV

Segundo atualização da Defesa Civil na manhã de domingo (18), todos os 10 desaparecidos do RS após a passagem do ciclone são moradores de Caraá.

"Essas pessoas estavam dentro das suas casas, estavam abrigadas e devido aos altos volumes das chuvas algumas acabaram não conseguindo sair de suas casas e ser resgatadas e outras acabaram sendo levadas pelas fortes chuvas e cheias junto com as suas casas", relata o prefeito.

Uma casa desabou, e os moradores estão entre os desaparecidos. Uma menina de 14 anos está entre eles.

O autônomo Jeferson de Castro, passou a madrugada com a mulher, que está grávida, e o filho de três anos, dentro do forro da casa do casal, o único lugar seguro que eles encontraram.

"Quando a gente viu a água, já entrou pra dentro de casa. Só deu pra pegar o nenê. Eu peguei o nenê , a mulher pegou uns documentos e nós subimos para cima do telhado. Aí quebramos o telhado que foi a última solução, o último respiro", relata.

Família se abrigou no teto da residência para escapar da inundação — Foto: Reprodução/RBS TV

O acesso à cidade ficou restrito devido aos danos sofridos pelas duas pontes após a cheia dos rios do Sinos e Caraá. Na ERS-477, no limite entre a cidade e Santo Antônio da Patrulha, um pedaço da estrutura cedeu. Uma caminhonete foi engolida por um buraco. O motorista teve ferimentos leves.

Segundo a Defesa Civil do RS, no município de Caraá foram reportados 180 pessoas desabrigadas, 25 desalojadas. Além disso, foram reportadas 40 famílias em situação de risco, com água em suas residências, e pessoas aguardando resgate nos telhados das residências.

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