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Operação destrói acampamentos estruturados com energia em garimpos na Terra Yanomami
Cinco garimpos bem estruturados e equipamentos usados por garimpeiros ilegais na Terra Indígena Yanomami foram destruídos por agentes da Operação Catrimani II, que atua na repressão a invasores no território. As informações foram divulgadas nessa segunda-feira (24), em Boa Vista.
A destruição do material ocorreu nos dias 21 e 22 de junho, nos garimpos Feijão Queimado, um dos mais antigos no território, e Hakoma, região com forte presença de garimpeiros e bastante impactada por contaminação de mercúrio - metal tóxico usado na extração de ouro - todas na área de Surucucu.
Entre os equipamentos destruídos estão nove motores usados na extração de ouro do meio ambiente e cinco geradores de energia. Nos acampamentos, estruturados com lonas e madeira retirada da própria floresta, tinha até um freezer onde eram guardados mantimentos dos invasores.
Estrutura de garimpo na Terra Yanomami detsruída pelo Exército — Foto: Operação Catrimani II/Divulgação
A destruição do material foi realizado pela equipe de operações especiais da Marinha Brasileira, composta por Comandos Anfíbios (ComAnf) e Mergulhadores de Combate, fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), agentes do Grupo Especializado em Bombas e Explosivos (GBE) da Polícia Federal, com articulação da Casa de Governo, criada para dar apoio no enfrentamento à crise Yanomami.
Iniciada em março sob coordenação do Ministério da Defesa, a Operação Catrimami II visa conter as atividades ilegais de garimpo, crimes ambientais e ilícitos transnacionais na Terra Indígena Yanomami.
Desde março, quando se iniciou, até esta segunda-feira, a Operação Catrimani II somava:
- Destruição de 12 aeronaves utilizadas por garimpeiros, 33 embarcações, 423 motores e 51 acampamentos;
- Apreensão de mais de 61 mil litros de combustíveis, 29 armas, 20 antenas de internet;
- Prisões de 48 garimpeiros ilegais.
Operação Catrimani II iniciou em abril na Terra Indígena Yanomami — Foto: Operação Catrimani II/Forças Armadas/Divulgação
Terra Yanomami
Com quase 10 milhões de hectares, a Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial e enfrenta uma crise sem precedentes devido ao avanço do garimpo ilegal, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa.
O território está em emergência de saúde desde janeiro de 2023, quando o governo federal implantou ações para atender os indígenas, como o envio de profissionais de saúde e cestas básicas. Além de enviar forças de segurança a região para frear a atuação de garimpeiros.
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) estima que cerca de sete mil garimpeiros ilegais continuam em atividade no território. O número de invasores diminuiu 65% em um ano, se comparado ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores no território.
Para combater a permanência dos invasores no território, as forças de segurança do governo federal deflagraram a operação Catrimani II. A nova fase de retirada de garimpeiros ocorre após a instalação da Casa de Governo em Roraima, que tem o objetivo de monitorar e enfrentar a crise Yanomami.
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