Por g1 RN


Secretário Nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, e comitiva desembarcam em Mossoró — Foto: Flávio Soares/Inter TV Costa Branca

A Polícia Federal abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró, que aconteceu nesta quarta-feira (14). A informação foi confirmada pela Superintendência da PF no Rio Grande do Norte. O órgão, no entanto, não deu mais detalhes da investigação.

Essa foi primeira fuga registrada em um presídio de segurança máxima no sistema federal. Os fugitivos são: Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, também conhecido como "Tatu" ou "Deisinho".

Na noite desta quarta-feira (14), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, também informou que acionou a direção-geral da PF para "abertura de investigações e o deslocamento de uma equipe de peritos ao local, com objetivo de apurar responsabilidades e de atuar na recaptura dos dois fugitivos".

Comitiva chegou no Aeroporto de Mossoró na noite desta quarta-feira — Foto: Flávio Soares/Inter TV Costa Branca

A ação está entre uma série de providências tomadas pelo ministro após a fuga dos presos. Segundo Lewandowski, a atuação na recaptura dos presos conta com mais de 100 agentes federais envolvidos.

Enviada para investigar o caso de perto, a comitiva do Ministério da Justiça, que conta com a presença do secretário Nacional de Políticas Penais (Senappen), André Garcia, desembarcou no Aeroporto de Mossoró às 18h35. Ninguém falou com a imprensa.

A penitenciária federal de Mossoró está em reforma, e a Senappen desconfia que as obras podem ter favorecido a fuga de dois presos

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Mapa da Penitenciária Federal de Mossoró. — Foto: Arte g1

Buscas pelos fugitivos têm início

A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte confirmou que recebeu solicitação de apoio para recaptura e "o apoio está sendo dado". A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte também informou que auxilia as operações de busca.

A Polícia Federal foi acionada para atuar na operação de recaptura dos fugitivos, e também para apurar a investigação das responsabilidades no episódio, de acordo com o blog da Camila Bonfim.

Os foragidos são ligados ao Comando Vermelho, de acordo com o Ministério da Justiça. A facção é a de Fernandinho Beira-Mar, que também está preso na unidade federal de Mossoró.

Detentos são do Acre e foram transferidos em setembro, dois meses após rebelião que deixou cinco mortos — Foto: Reprodução

Até a última atualização desta reportagem, a Senappen não havia confirmado a fuga oficialmente, ou informado detalhes do caso.

Fuga é a 1ª em presídios federais

A fuga no presídio de Mossoró é a primeira nos presídios federais do país. No site da Senappen consta que "desde a sua criação, o Sistema Penitenciário Federal (SPF) é referência de disciplina e procedimento, uma vez que nunca houve fuga, rebelião nem entrada de materiais ilícitos nas unidades penitenciárias, aplicando-se fielmente a Lei de Execuções Penais (LEP)".

O sistema foi criado com o objetivo de combater o crime organizado, isolar lideranças criminosos e os presos de alta periculosidade, de acordo com o Ministério da Justiça.

Brasil registra primeira fuga de um presídio de segurança máxima, em Mossoró (RN)

Brasil registra primeira fuga de um presídio de segurança máxima, em Mossoró (RN)

Além de Mossoró, o sistema federal tem presídios em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF), que recebem presos de alta periculosidade.

Sistema penitenciário federal

O sistema penitenciário federal foi criado em 2006 com objetivo de combater o crime organizado, isolar lideranças criminosas e os presos de alta periculosidade.

Para ser transferido para um presídio federal, o detento precisa se enquadrar em alguns pré-requisitos como: ter função de liderança ou participado de forma relevante em organização criminosa; ser membro de quadrilha ou bando, envolvido na prática reiterada de crimes com violência ou grave ameaça.

Os presos são incluídos no sistema penitenciário federal por de três anos, mas o prazo pode ser prorrogado quantas vezes forem necessárias.

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