Por Henrique Coelho, g1 Rio


Jacarezinho, na Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução/TV Globo

O Ministério Público Federal recebeu de integrantes da Rede de Atenção a pessoas Afetadas pela Violência de Estado (RAAVE) um documento pedindo uma investigação federal sobre a operação da Polícia Civil no Jacarezinho que terminou com 28 mortos em maio de 2021.

O mesmo documento também pede o desarquivamento e investigação em nível federal de outros casos de mortes suspeitas envolvendo policiais. O argumento é que investigações foram paralisadas ou estão estagnadas em outros órgãos de investigação. O material será analisado pelo MPF.

Policiais no Jacarezinho, no Rio de Janeiro, em operação que terminou com 28 mortos em maio de 2021 — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Além da operação do Jacarezinho, os casos citados pela rede são:

Amigos e familiares no enterro dos corpos do adolescente Samuel Vicente e de Willian Vasconcellos da Silva — Foto: Henrique Coelho / g1

José Henrique da Silva, o Zé Careca, morto em operação na Maré nesta segunda (26) — Foto: Arquivo pessoal

Guilherme Pimentel, coordenador da Rede, afirmou que até hoje não houve uma investigação, em nível federal, da operação Exceptis, de 2021 no Jacarezinho:

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"A gente quer que a operação em si seja investigada. Foram 12 procedimentos baseados em endereços onde corpos foram encontrados. A operação inclusive ironizou a decisão do Supremo Tribunal Federal, já que o nome é Exceptis (exceção), e foi a ação que gerou a chacina do Jacarezinho", afirmou ele, citando a investigação do Ministério Público do Rio, que teve 10 procedimentos arquivados; dois deles seguem na Justiça.

"Quando se investiga apenas o endereço, você investiga as 12 situações como casos isolados, não como se fossem frutos de uma única operação", pontuou.

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Pimentel ainda falou sobre o caso de José Henrique, que foi morto quatro anos depois de ser testemunha de um outro caso de morte por intervenção de policiais na Maré: Marcus Vinícius, que foi baleado a caminho da escola.

"Esse senhor era a principal testemunha do Marcus Vinícius, e também já era testemunha de um outro assassinato de um adolescente na Maré", disse Pimentel.

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