Por Yuri Ramos, Larissa Vilarinho, g1 — Campos


Agentes da Polícia Civil, MPRJ e Gaeco saíram cedo para cumprir mandados em Campos — Foto: Juliana Nascimento/g1

Uma operação realizada na manhã desta terça-feira (25) mira suspeitos de desviarem recursos de uma escola estadual de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Ao todo, são cinco mandados de busca e apreensão.

Essa ação é do Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO) e conta com o apoio da Polícia Civil.

Segundo o Ministério Público, os alvos são são pessoas que supostamente desviaram 22 aparelhos de ar condicionado da escola e que desviaram R$ 800 mil destinados à merenda escolar e para outras despesas.

A escola é a Dom Otaviano, que fica em Guarus e, segundo a promotora do Ministério Público, Renata Felisberto, está completamente precária.

Um dos mandados foi cumprido na casa da ex-diretora da escola. O MP informou que ela foi denunciada pelos crimes de associação criminosa, peculato e comunicação falsa de crime.

Um homem e uma mulher também foram denunciados por associação criminosa e peculato.

De acordo com o MP, os crimes ocorreram entre os meses de dezembro de 2022 a setembro de 2023.

Agentes cumprem cinco mandados de busca em Campos — Foto: Juliana Nascimento/g1

Ainda segundo a promotora, essa investigação é resultado de outra operação quando foi investigada uma diretora que estaria desviando verbas públicas do transporte.

"Com a investigação, a gente descobriu que além dessas verbas públicas de transporte, também foram subtraídos 22 aparelhos de ar-condicionado e também desviado outras verbas de merenda escolar e destinada a pequenos reparos da escola que estava em estado de total abandono. Essas verbas que foram destinados para pequenos reparos dessa escola, foram desviados", explicou a promotora.

Ainda segundo o Ministério Público, o dinheiro era desviado para uma conta direta, enviado para conta de terceiros e depois voltava para a ex-diretora.

"Como responsável por gerir a conta bancária da escola, a ex-diretora transferia, via PIX, os valores para a conta da empresa de um dos denunciados e, na mesma oportunidade, solicitava o repasse dos valores transferidos, também via PIX, para si ou para a outra denunciada. A última transação bancária foi feita em 27 de setembro de 2023. No esquema criminoso também foram usadas contas de outras pessoas", disse o MP.

A ex-diretora da escola era a única servidora, os outros investigados eram terceiros.

Armas e documentos foram apreendidos durante o cumprimento dos mandados em Campos — Foto: Divulgação

Durante o comprimento dos mandados, os agentes apreenderam em uma casa documentos. E, em outro imóvel, a Polícia Civil encontrou vários cheques, armas e munições.

Os documentos e as armas encontrados serão analisados.

A promotora ainda explicou que além do cumprimento dos mandados, medidas cautelares também foram requeridas para que se possa obter o ressarcimento integral do prejuízo.

Em nota, a Secretária Estadual de Educação disse que a ex-diretora da unidade foi exonerada do cargo no final de 2023, e responde a processos e sindicâncias internas da Seeduc.

"Desde então, o colégio está sob nova direção interina e os serviços como merenda estão normalizados. A pasta trabalha pela normalização da climatização da unidade, que também depende de aumento de carga elétrica por conta da concessionária de energia", disse a Seeduc em nota.

A nota termina com a secretária afirmando que não compactua com qualquer irregularidade e que está colaborando com todas as informações necessárias para a investigação.

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