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Família de Apucarana muda de vida com tomates orgânicos
Houve tempos difíceis na pequena propriedade de pouco mais de três hectares, em Apucarana, no norte do Paraná. Doenças e pragas nas estufas, muito trabalho, dívidas que se acumulavam. Por muito pouco a família não vendeu tudo.
“Teve uma época que eu estava vendendo para ir para o Mato Grosso e acho que era a besteira que eu ia fazer”, conta o produtor rural José Silva.
Quando cultivavam tomate saladete, apenas um dos filhos trabalhava com José, além da esposa Odete. Desde 2018, quando adotaram a variedade Grape, a lida no campo ganhou a companhia de outras pessoas: filhos, netos, noras e um funcionário. Hoje são, ao todo, doze pessoas.
Além da mudança de variedade, eles eliminaram o sistema de cultivo convencional, com uso de agrotóxicos, em toda a propriedade.
Família de Apucarana muda de vida com tomates orgânicos — Foto: RPC
“Eu me intoxiquei duas vezes. O produto era muito forte e a gente tinha que passar. Não tinha horário: a gente passava de dia, de noite, durante a madrugada. Quando entrava para tomar banho, era a mesma coisa que pular em um barril de água quente, queimava o corpo inteiro. E começaram outros sintomas, como dor de cabeça”, conta José.
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Para o novo manejo, a família recebeu ajuda do engenheiro agrônomo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), Felipe de Freitas. Já são três anos que toda a área do sítio tem certificação para produção de alimentos orgânicos.
“A primeira conversão, que a gente fala, tem que ser feita na mentalidade do agricultor. E aí a gente, como técnico, orienta quanto às melhores práticas, monitoramento, conhecimento de doenças, manejo de irrigação, adubação mais equilibrada, que vão influenciar diretamente na saúde da planta”, explica Felipe.
A agricultora Karina Daiane Silva comenta sobre a realização “Uma coisa é a gente ser dono daquilo que a gente faz. E como a gente protege a família dos outros [sem agrotóxicos] a gente protege a nossa também”, explica.
As três estufas iniciais se transformaram em nove. Com colheitas a cada 70 dias. Os 13500 pés de tomates orgânicos têm produtividade semelhante ao saladete, com um custo menor e preço maior de venda. Os produtos são vendidos em feiras e mercados, para uma clientela que só aumenta.
“Sei que vou chegar em casa e já tem um monte de mensagem pedindo. Então, eu já colho aqui sabendo que vou vender”, comenta a produtora Odete da Luz Silva.
O agricultor Uélison Silva acrescenta: “Não cabe mais estufa aqui. Tem que comprar um outro sítio, o próximo passo”.
“Antes vinha alguém aqui e eu pensava ‘meu deus, será que vai ter café, uma coisa diferente [para servir]?’ Agora não. A gente tem condições. Mudou muito.” , finaliza Odete.
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