Por Kellen Barreto, TV Globo — Brasília


Nesta segunda-feira (24) a sala de situação que acompanha as queimadas no Pantanal se reuniu pela segunda vez. Mais cedo, o Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência nos municípios atingidos pelo fogo. Assim, o estado consegue executar ações emergenciais sem que haja licitações.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, falou com a imprensa após a reunião. Segundo a ministra, o governo federal se planeja desde outubro do ano passado, mas que é preciso ter "consciência" por parte pessoas.

" É preciso que as pessoas tomem consciência de que não estamos agindo apenas repetindo o passado. As pessoas renovando pastagem usando fogo, ou fazendo queima controlada para fazer abertura de plantio ou qualquer que seja a atividade. Nesse momento é fundamental parar de usar fogo por qualquer coisa. E nesse período não tem incêndio por raio, o que está acontecendo é incêndio por ação humana", declarou.

Além da ministra Marina Silva, participaram os ministros Waldez Góez do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Laércio Delgado da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República e ministra Simone Tebet de Planejamento e Orçamento.

Simone Tebet afirmou que não faltará recursos para combater o fogo na região.

"Não faltarão recursos do governo federal, é claro que com responsabilidade, é claro que analisando caso a caso." afirmou Simone Tebet

A expectativa é que os ministérios apresentem o orçamento extraordinário que será necessário para combater o fogo na quarta-feira (26), durante a reunião Junta de Execução Orçamentária (JEO) do Ministério de Planejamento e Orçamento.

Até o momento, o Ministério do Meio Ambiente já liberou dos R$100 milhões para as atividades do Ibama e ICMBIO no Pantanal.

Marina Silva enfatizou que já atuam na região, "175 brigadistas contratados pelo Ibama, 40 do ICMBio, 53 combatentes da Marinha, 250 pessoas operando no território sem falar daqueles que são dos estados". E defendeu, que em conformidade com os decretos locais, todos que utilizarem do manejo do fogo serão punidos.

"O Ministério da Justiça está fazendo um trabalho de inteligência para que todos aqueles criminosos que estão provocando incêndios criminosos possam ser devidamente investigados e punidos", alertou Marina Silva

Visita a Corumbá

Na sexta-feira (28), os ministros vão até Corumbá, no Mato Grosso do Sul para uma reunião com o governador, Eduardo Riedel. O objetivo é traçar um diagnóstico das consequências do fogo.

Corumbá é um dos municípios mais afetados pelas queimadas. No último domingo uma "muralha de fogo" se formou ao lado da margem do rio onde ocorria uma festa de São João.

"Nos municípios que mais desmataram são os que estão com mais incidência de incêndio. No caso de Corumbá, município que mais desmatou, não é por acaso que é ele o que tem mais incêndios. Afirmou Marina Silva

Sala de situação

O mecanismo, criado há 10 dias, é coordenado pela Casa Civil e participam também os ministérios do Meio Ambiente, Integração, Defesa e Justiça. Ao todo, 19 ministérios atuam nas ações contra desmatamento, incêndios e seca. Além do Pantanal, o bioma Amazônico também é monitorado.

Além da sala de situação, o governo federal também oficializou um pacto entre a união e os estados do Pantanal para cooperação entre os estados e estratégias de combate integrada.

Queimadas no Pantanal

No último domingo (23) a área queimada no Pantanal chegou a 627 mil hectares (480 mil hectares em MS e 148 mil, em MT), segundo dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), mostram que esse é o pior mês de junho no bioma desde quando a série histórica foi criada em 1998.

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