Por Guilherme Mazui, Beatriz Borges, g1 — Brasília


  • O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) criticou nesta terça-feira (7) a atuação do Conselho de Segurança da ONU em relação ao conflito entre Hamas e Israel

  • Para ele, há uma 'paralisia' no colegiado e é 'moralmente inaceitável' que o órgão não esteja 'à altura' da sua 'nobre' função

  • O Brasil comandou, temporariamente, no mês passado o Conselho de Segurança da ONU

  • O país tentou, mas não conseguiu aprovar nenhuma resolução que pudesse levar a um cessar-fogo ou à abertura de corredores humanitários

  • Lula é defensor de uma reforma no Conselho de Segurança, com a inclusão de mais países como membros permanentes

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, durante discurso em fórum com investidores — Foto: Reprodução/ApexBrasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira (7) que há uma "paralisia" no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e que é "lamentável" o fato de o colegiado não conseguir aprovar uma resolução sobre o conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel.

Vieira deu as declarações durante discurso em um fórum realizado pelo governo federal com investidores, no Palácio do Itamaraty.

"A estabilidade regional e internacional são essenciais para prosperidade e o desenvolvimento. Em outubro, ocupamos a presidência do conselho de segurança das Nações Unidas que coincidiu com os trágicos desenvolvimentos em Israel e na Faixa de Gaza", disse o chanceler.

"Mobilizamos todos os nossos esforços para reverter a paralisia do principal órgão do sistema multilateral em favor de uma solução para a alarmante situação humanitária na região. É lamentável, além de moralmente inaceitável, que uma vez mais o conselho de segurança não tenha conseguido estar à altura do seu nobre mandato", completou Mauro Vieira.

O Brasil comandou no mês passado o Conselho de Segurança da ONU. A China, agora, está à frente da presidência rotativa do colegiado.

No período, a diplomacia do Brasil tentou, mas não conseguiu aprovar nenhuma resolução que pudesse levar o conflito entre Israel e o Hamas a um cessar-fogo ou à abertura de corredores humanitários para retirada das população civil da Faixa de Gaza.

Foram colocadas em votação no conselho diversas propostas, apresentadas, por exemplo, por Brasil, Estados Unidos e Rússia. Todas foram vetadas, sob diversas alegações. Mas não houve acordo para aprovação dentro do conselho.

Fantástico acompanha bastidores do Conselho de Segurança da ONU

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Reforma do Conselho de Segurança

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um defensor da reforma do Conselho de Segurança. O Brasil, no momento, ocupa uma das cadeiras não permanentes do grupo.

O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 membros, mas somente cinco ocupam os chamados assentos permanentes e, com isso, têm direito a poder de veto. São eles: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.

Lula defendeu recentemente o fim do poder de veto dos membros permanentes do conselho.

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