O Assunto

Por g1 — São Paulo


2024 ainda não chegou na metade, mas o número de focos de incêndio no Pantanal já superou a marca de 2020, o ano da maior tragédia ambiental na região.

Na maior planície tropical inundável do mundo, o fogo é ainda mais devastador e os incêndios têm uma dinâmica de comportamento diferente de outras áreas no país, como explica a escritora e jornalista ambiental Claudia Gaigher em entrevista ao podcast O Assunto desta quinta-feira (20).

"É incrível, é incrível. Eu já andei nesses campos em que você vai atolando e o capim de cima dessa área úmida está pegando fogo. Por quê? Porque a matéria orgânica é de combustível, ela exala todo o gás, ela tem aquela coisa de que pega fogo como se fosse um rastilho mesmo de pólvora."

Autora do livro "Uma repórter no Pantanal", Claudia vive na região há 26 anos.

Fogo destrói áreas que antes eram alagadas, no Pantanal. — Foto: Gustavo Figueirôa/Arquivo Pessoal

"Então o Pantanal, para apagar fogo aqui não é igual a apagar fogo na floresta Amazônica, no bioma da Mata Atlântica. É uma dinâmica de um comportamento das chamas e de um comportamento do fogo completamente diferente."

Neste ano, o fogo já destruiu 486 mil hectares, cerca de 3% de todo o bioma. Um bioma que ocupa 150 mil quilômetros quadrados nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

"Então, esse é um grande desafio, porque você apaga o fogo, mas ele continua no solo. E quando a gente fala em área alagada, é comum você encontrar áreas em que você pisa, você afunda o pé naquela lama — uma lama pegajosa que você fica até atolado dentro dessa lama, que não é água, mas é uma lama e que mesmo assim tá pegando fogo."

O Pantanal ameaçado pelo fogo

O Pantanal ameaçado pelo fogo

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