O Assunto

Por g1 — São Paulo


Para Lucia Dellagnelo, doutora em educação pela Universidade Harvard e consultora de políticas de educação digital do Banco Mundial, a discussão sobre celular entre adolescentes nas escolas foca no ponto errado ao defender que o aparelho seja banido.

"O telefone celular é um acesso à internet. Ele permite comunicação, ele tem vários aspectos positivos. O que a gente quer banir é a participação nas redes sociais. E lembrando: redes sociais é uma parte da internet."

Em entrevista ao podcast O Assunto desta segunda-feira (17), Dellagnelo afirma que é preciso refletir sobre como usar tecnologias.

"Eu defendo não o banimento, mas que se discuta, em cada escola, como que serão as regras de uso de celular e fazer, claro, valer essas regras."

Imagem ilustrativa mostra jovem com caderno e celular na mão — Foto: Carlos Mamani / AFP

Para isso, é preciso avaliar e dosar o uso de tecnologias.

"A tecnologia pode nos levar para um ponto muito interessante da humanidade, a inteligência artificial está mostrando isso, mas também que é um ponto muito perigoso de polarização exacerbando todos os problemas sociais que a gente já tem."

Crianças

Dellagnelo também alerta que é importante diferenciar faixas etárias. Nos primeiros anos de vida até a chegada da adolescência, ela desaconselha o uso do celular.

"A criança até 12 anos, 13 anos, realmente, o mais importante para o desenvolvimento dela é interação com outras pessoas, a interação com os pais, com professores e, portanto, eu desaconselho o uso do celular nas nos primeiros anos de vida, principalmente nessa faixa etária."

Pai de duas crianças, o escritor e roteirista Antonio Prata também participa do episódio. Para ele, a permissividade exagerada com o uso dos eletrônicos na infância pode ter consequências na vida a adulta.

"Criança é uma máquina de pedir eles pedem sorvete antes do almoço, e o que que você faz? Não dá. Eles querem celular antes do 16? Pronto, não dá."

Escolas devem banir celular para crianças?

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