Palocci para outros vôos
Com a decisão do Supremo Tribunal Federal de arquivar o pedido de abertura de processo contra Antonio Palocci, o presidente Lula e o PT ficam com “uma carta na manga” para vôos mais altos. Ele pode ser alternativa para o governo de São Paulo, eventualmente, para a presidência da República, caso a candidatura de Dilma Roussef não se confirme e, também, para uma vaga de deputado federal. O fato é que, desde já, Palocci deixa de ser um política de atuação nos bastidores e pode passar à linha de frente na política.
Frequentador assíduo do gabinete do presidente Lula, Palocci passou três anos com atuação bem discreta, mas sempre executando missões que lhe foram confiadas pelo presidente. A alguns interlocutores, o presidente Lula disse que gostaria de ver o ex-ministro da Fazenda na função de coordenador da campanha petista de Dilma Roussef – o mesmo papel que desempenhou na campanha presidencial de 2002. Palocci foi um dos articuladores da “Carta ao Povo Brasileiro” que teve grande importância na campanha de Lula – na qual o candidato se comprometeu a perseguir a meta de equilíbrio fiscal. Se a campanha petista for vitoriosa, Palocci poderia ser ministro da Casa Civil, um posto importante em qualquer governo.
O PT, no entanto, gostaria de ter Antonio Palocci como candidato ao governo de São Paulo. Neste momento, o presidente Lula tenta convencer Ciro Gomes (PSB) a disputar a sucessão de José Serra, como forma até de tirá-lo na disputa presidencial. Em conversa com os dirigentes do PSB, Lula disse que não quer o campanha governista com duas candidaturas. Para ele, para enfrentar tantos candidatos de oposição, a base deve estar unida em torno de um único candidato.
Há, também, que avalie a possibilidade de Palocci servir como uma espécie de Plano B caso a candidatura de Dilma Roussef não vingue. A outra alternativa é ser candidato a deputado federal – o que não agrada à bancada, pois ele atrairia muitos votos do partido, conquistando colégios eleitorais de outros petistas.