O senador Jarbas Vasconcelos fez duríssimas críticas ao PMDB em entrevista à Revista Veja, que está nas bancas. Ele disse, sem apontar casos concretos, que a maioria do PMDB está mais interessada em corrupção – daí tanto interesse por cargos. Para exercitar o clientelismo, ganhar comissões e, em alguns casos, prestígio político.
Durante todo o fim de semana, a cúpula do PMDB ficou em silêncio. Escalou o time de suplentes para defender o partido e criticar Jarbas. E, assim, nivelar o senador pernambucano, que é fundador do partido e por ele já ganhou eleições para prefeitura de Recife e governo de Pernambuco, com ocupantes das vagas de titulares. O mais contundente nas críticas a Jarbas, no domingo, foi o senador Wellington Salgado, suplente de Hélio Costa, que virou ministro. Ele chamou Jarbas de ingrato com o PMDB, injusto e, ainda, de atuar como espião de partidos de oposição nas reuniões do PMDB. E foi mais longe:
– Se ele quer sair do partido, ele deveria ser homem para fazer as denúncias e pedir para sair e não ficar esperando uma expulsão – disse Salgado.
Nesta segunda-feira, a reação da executiva nacional do PMDB foi diferente. Teve o objetivo de colocar panos quentes e, desde já, avisa que não pretende transformar as denúncias num processo interno de expulsão de Jarbas do partido.
A nota da Executiva diz que não responderá as acusações em razão de suas “generalidades” e que se trata de um desabafo do senador.
Em suma: Jarbas falou o que quis. E o PMDB fez que não ouviu direito.
E fica tudo como está.
Melhor para Jarbas que não terá de responder a processo interno no partido. E o PMDB segue como maior partido do país, cobiçado por quem chegar ao poder. E para lá vai, como, aliás, disse Jarbas na sua entrevista.
O PMDB divulgou nota sobre o assunto:
Em face da entrevista do senador Jarbas Vasconcelos, a Comissão Executiva Nacional do PMDB declara que não dará maior atenção a ela em razão da generalidade das alegações. Não aponta nenhum fato concreto que fundamente suas declarações. Ademais, lança a pecha de corrupção a todo sistema partidário quando diz “a corrupção está impregnada em todos os partidos”. Trata-se de um desabafo ao qual a Executiva Nacional do Partido não dará maior relevo.
Brasília, 16 de fevereiro de 2009
Comissão Executiva Nacional