Tanques militares são vistos nos arredores da Praça Murillo, onde fica o palácio presidencial boliviano em La Paz — Foto: Azar Raldes/AFP
Militares bolivianos tomaram o palácio presidencial nesta quarta-feira (26), em uma tentativa de golpe de Estado contra o presidente do país, Luis Arce. O ex-comandante do Exército da Bolívia, general Juan José Zuñiga, é acusado pelo governo de estar por trás da mobilização militar.
Comentaristas da GloboNews analisaram o episódio e o contextualizaram com o histórico de golpes de Estado na Bolívia. Veja abaixo as análises.
Ariel Palacios
Ariel Palácios diz que movimento militar é inédito na história da Bolívia
O comentarista da GloboNews Ariel Palacios disse que este tipo de tentativa de golpe é inédito na Bolívia, ao menos no século 21. "Um golpe militar no estilo clássico – com os militares tomando a praça onde está o palácio presidencial – não acontecia há décadas".
Ele destacou que a Bolívia tem dois palácios presidenciais e que Luis Arce não estava no prédio tomado pelos militares. E destacou a disputa política entre o presidente e Evo Morales, ex-presidente boliviano e ex-apoiador do governo de Arce.
Guga Chacra
'É uma tentativa de golpe em andamento', explica Guga Chacra sobre a Bolívia
Guga Chacra disse que a Bolívia lida com uma tentativa de golpe em andamento e que tem um histórico de golpes. "O mais recente foi a remoção do Evo Morales do poder em 2019. Houve muita contestação relacionada àquela eleição", afirmou.
O comentarista afirmou ainda que, apesar de ter rompido a aliança com Arce, o ex-presidente Evo Morales denunciou a tentativa de golpe contra o atual governo.
Sandra Coutinho
'Uma movimentação intimidadora': Sandra Coutinho analisa situação na Bolívia
A comentarista Sandra Coutinho destacou a fala do general Zuñiga. Ele declarou que reconhece, por enquanto, o governo de Luis Arce, mas exigiu que o governo adote um novo gabinete.
"É um golpe à moda antiga, com blindados na rua, uma movimentação extremamente intimidadora em relação não só à população boliviana, como também aos integrantes do governo da Bolívia nesse momento", disse.
