Por France Presse


A esposa de Julian Assange, Stella Assange, chega ao Tribunal Superior de Justiça de Londres para a decisão sobre o recurso do fundador do WikiLeaks ao pedido de extradição feito pelos EUA, em 26 de março de 2024. — Foto: Toby Melville/ Reuters

A esposa do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que deixou a prisão no Reino Unido na segunda-feira (24) após um acordo com a Justiça dos Estados Unidos, afirmou que seu marido pedirá perdão ao governo dos Estados Unidos e será um "homem livre".

Na segunda-feira, Assange, que estava preso no Reino Unido, pegou um voo para as Ilhas Marianas, território norte-americano no Pacífico, após chegar a um histórico acordo com os EUA, no qual reconhece a culpa e recebe liberdade da Justiça dos EUA, que pedia sua extradição à Justiça britânica.

"Existe um princípio de acordo entre Julian e o Departamento de Justiça do país, que deve ser ratificado por um juiz das Ilhas Marianas", declarou Stella Assange à rede britânica BBC. "Ele será um homem livre depois que o acordo for ratificado pelo juiz".

Segundo o WikiLeaks, um juiz das Ilhas Marianas deve ratificar o acordo na quarta-feira (26),

À BBC, Stella Assange destacou que o acordo determina que seu marido se declare culpado de uma única acusação. "A acusação diz respeito a atos de espionagem e obtenção e divulgação de informações sobre a defesa nacional", disse.

"Estou exultante. Francamente, é simplesmente incrível", afirmou a esposa.

Stella Assange, com quem o fundador do WikiLeaks se casou em 2022 na prisão, está na Austrália, país onde Assange nasceu e para onde ele pretende ir após o acordo.

Acordo

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Julian Assange alcançou um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para se declarar culpado em troca da liberdade depois de passar cinco anos preso no Reino Unido, segundo documentos judiciais publicados na segunda-feira.

O australiano deixou a penitenciária de Belmarsh, em Londres, e embarcou em um voo no aeroporto de Stansted.

"Não tínhamos certeza até as últimas 24 horas de que isto realmente estava acontecendo", afirmou Stella Assange à BBC. "O importante aqui é que o acordo envolve um tempo de prisão cumprido que, se ele assinasse, poderia sair livre", explicou.

Perseguido pelas autoridades norte-americanas por ter divulgado centenas de milhares de documentos confidenciais, o australiano deve comparecer a um tribunal federal na quarta-feira às 09h (20h no horário de Brasília) nas Ilhas Marianas.

Stella Assange disse à BBC que o fim do processo legal que durou anos, quando seu marido embarcou em um avião de Londres para Bangcoc na segunda-feira, foi um "turbilhão de emoções".

"A prioridade agora é que Julian recupere sua saúde", declarou Stella Assange, com quem o fundador do WikiLeaks tem dois filhos.

"Ele está em péssimo estado há cinco anos e deseja ter contato com a natureza. É isso que ambos queremos agora, ter tempo e privacidade, e simplesmente começar este novo capítulo", concluiu a advogada de 40 anos, que nasceu na África do Sul.

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