Por g1


Prakash Hinduja. — Foto: Richter Frank-Jurgen, CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

A família Hinduja, a mais rica do Reino Unido, está sendo julgada na Suíça desde segunda-feira (17) e quatro membros são acusados de exploração da mão de obra de seus funcionários e de tráfico humano, considerado um crime grave no país, segundo a "Bloomberg". Eles negam as acusações.

Os Hinduja são indianos e estão sendo acusados criminalmente de trazer ilegalmente empregados na Índia para cuidar de seus filhos e da casa, tomar seus passaportes e não os deixar sair de casa sem autorização, afirma a promotoria.

Além disso, a acusação diz também que a família pagava os funcionários em moeda indiana e não em francos suíços, o que lhes dava pouca liberdade para retornar à Índia, de acordo com a "Bloomberg". Prakash e Kamal Hinduja, o filho Ajay e sua esposa Namrata também são acusados de pagar sete francos (cerca de R$ 50) por dia de trabalho e impor jornadas diárias de até 18 horas.

Dona do conglomerado de empresas Hinduja, a família tem patrimônio avaliado em cerca de £ 37 bilhões (R$ 253,4 bilhões) e possui uma vila no bairro rico de Cologny, em Genebra.

Segundo o tabloide britânico "The Daily Mail", o promotor Yves Bertossa pediu cinco anos e meio de prisão para Prakash e sua esposa e quatro anos e meio para Ajay e sua esposa. Além disso, a acusação busca compensações financeiras para os ex-funcionários, de 3,5 milhões de francos suíços (R$ 21,4 milhões), além de um milhão de francos (R$ 6,1 milhões) para cobrir custos do processo, de acordo com a mídia indiana. O veredito será dado por três juízes suíços.

Outro detalhe do caso que foi trazido à tona pela promotoria é que os Hinduja gastavam mais com seu cachorro do que com os funcionários. Segundo o jornal "India Today", os gastos da família com o cão eram de pouco mais de 8.500 francos (cerca de R$ 52 mil) por ano --enquanto isso, o salário anual de um empregado era cerca R$ 18.250, dado que a pessoa trabalhe os 365 dias no ano.

A defesa de Ajay Hinduja afirmou em tribunal que as acusações de jornadas de trabalho de 18 horas eram um exagero e que, pela família custear a alimentação e a hospedagem dos funcionários, seus salários "não podem ser simplesmente reduzidos ao que foi pago em dinheiro". A defesa da família disse ainda que os Hinduja não estavam envolvidos na contratação e na rotina dos empregados.

Sobre as longas jornadas de trabalho, a defesa da família disse também que assistir a um filme com as crianças Hinduja não poderia ser considerado realmente trabalho.

Um dos advogados da família disse à revista "Forbes" que a acusação criminal é "excessiva" e acusou o promotor de ser tendencioso em relação aos Hindujas.

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