Por France Presse


Muçulmanos começam peregrinação em Meca

Muçulmanos começam peregrinação em Meca

O número de visitantes de Meca mortos durante a peregrinação anual à cidade por conta de uma onda de calor já passa de 1.000, segundo um balanço feito pela agência de notícias AFP nesta quinta-feira (20).

No total, 1.081 pessoas de quase dez países morreram desde o início da peregrinação, que começou na semana passada com temperaturas que já passaram dos 50ºC.

Meca é a principal cidade sagrada do Islã e um dos cinco pilares do islamismo. Apenas os muçulmanos podem entrar na cidade, e, durante o período de peregrinação, o governo saudita distribui vistos para estrangeiros, com base em um sistema de cotas (leia mais abaixo).

Pessoas observam fiéis circulando a Kaaba, a pedra sagrada, durante peregrinação anual de muçulmanos a Meca — Foto: Mohammed Torokman/Reuters

No entanto, entre as vítimas, mais 630 estavam em situação irregular no país, ainda de acordo com o balanço da AFP com base nos registros das autoridades locais e comunicados de embaixadas dos países afetados.

Neste ano, o período de peregrinação anual, determinada pelo calendário lunar islâmico, acontece em meio a uma onda de calor e no início do verão no Hemisfério Norte, que costuma ser bastante intenso na Arábia Saudita.

O centro nacional meteorológico informou esta semana que o termômetro chegou a atingir a temperatura de 51,8ºC na Grande Mesquita de Meca.

Na quarta-feira, o governo egípcio já havia divulgado que mais de 600 cidadãos do Egito haviam morto durante o hajj deste ano. O balanço feito pela AFP inclui mais 58 peregrinos do Egito.

Além do Egito, também morreram peregrinos da Malásia, Paquistão, Índia, Jordânia, Indonésia, Irã, Senegal, Tunísia e do Curdistão iraquiano.

Visitas sem visto

Multidão caminha em Mina, bairro de Meca, durante peregrinação anual, em 17 de junho de 2024. — Foto: Rafiq Maqbool/AP

A Arábia Saudita tem um sistema de cotas de peregrinos por país, mas todos os anos milhares de pessoas viajam ao país por canais irregulares, porque não têm dinheiro suficiente para pagar os custos dos trâmites oficiais.

Estas pessoas são mais vulneráveis ao calor extremo, porque, sem documentos oficiais, não podem ter acesso aos espaços com ar-condicionado disponibilizados pelas autoridades sauditas, que este ano receberam 1,8 milhão de peregrinos autorizados.

"As pessoas estavam exaustas", disse nesta quinta-feira à AFP um diplomata, ao comentar um dos dias da peregrinação, quando os fiéis passaram o dia ao ar livre para a subida ao Monte Arafat, uma colina próxima de Meca onde, segundo o Islã Maomé pronunciou o último sermão.

Segundo o diplomata, a principal causa de morte entre os peregrinos egípcios foi o calor, que provocou graves problemas de saúde.

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