Por Gabriel Croquer, Matheus Moreira, Isabela Leite, g1 e GloboNews — São Paulo


Cidadãos de 31 países já tiveram permissão para deixar a Faixa de Gaza pela fronteira com o Egito, mostra levantamento do g1 feito a partir das as listas de estrangeiros autorizados a deixar a área afetada pela guerra entre Israel e Hamas.

O Brasil não está entre esses países.

Um mês depois do início da guerra, um grupo de 34 brasileiros ainda aguarda autorização para deixar a zona de guerra por meio da passagem de Rafah, na fronteira do Egito com a região sul da Faixa de Gaza .

A demora na saída dos brasileiros causou incômodo entre diplomatas brasileiros, que subiram o tom na ofensiva pelo resgate. A equipe de Lula enviou um recado a Israel: se algo acontecer com os brasileiros que estão na zona de conflito, as relações diplomáticas se tornarão insustentáveis, segundo informações reveladas pelo blog da Daniela Lima.

Quando a saída de estrangeiros começou, o governo Lula (PT) previu que os brasileiros estariam nas primeiras listas de pessoas a deixarem a Faixa de Gaza. A previsão não se concretizou.

Os brasileiros que estão na região receberam a sinalização de que devem ser autorizados a cruzar a fronteira nesta quinta-feira (9). A informação não foi confirmada pelo governo até a publicação da reportagem.

No entanto, a passagem de Rafah voltou a ser fechada nesta quarta (8).

Países com cidadãos resgatados da Faixa de Gaza — Foto: g1

EUA e Alemanha lideram

As saídas de estrangeiros começaram em 1º de novembro. Uma fonte ouvida pela agência Reuters afirmou que a abertura foi permitida por meio de um acordo mediado pelo Catar com Israel, Egito e com o Hamas e que os Estados Unidos coordenavam os esforços.

OS EUA são o país com maior número de cidadãos autorizados a cruzar a fronteira e deixar a Faixa de Gaza, são 1.253 ao todo. A Alemanha é o segundo país mais beneficiado, com 335.

Ao todo, EUA e Alemanha são os países que mais vezes foram contemplados nas listas. Dos seis grupos que cruzaram a fronteira na última semana, quatro tinham cidadãos norte-americanos e alemães.

Palestinos com dupla cidadania esperam do lado de fora da fronteira de Rafah com o Egito na esperança de obter permissão para deixar Gaza, em 17 de outubro de 2023 — Foto: Ibraheem Abu Mustafa/Reuters

Bombardeios na passagem

Enquanto isso, Israel é pressionado pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo G7 e por outros países para fazer uma pausa humanitária nos bombardeios na região.

A área onde fica a passagem de Rafah para o Egito já ficou fechada por dois dias após bombardeios feitos por Israel.

Infográfico mostra limites entre Faixa de Gaza, Rafah, Israel e Egito. — Foto: Editoria de arte/g1

Na terça (6), soldados israelenses entraram na Cidade de Gaza. Segundo o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, o exército chegou ao "coração" da cidade.

Gallant afirmou também que as tropas já identificaram o bunker em Gaza onde estaria Yahya Sinwaro, líder do Hamas, além dos número 2 do grupo terrorista, que não teve o nome divulgado.

Agora, a perspectiva é de que Israel entre na segunda fase da incursão à Faixa de Gaza. O plano detalhado em outubro pelo ministro israelense prevê três fases.

A nova etapa inclui identificar e neutralizar alvos do Hamas que estejam escondidos dentro do território.

Até a publicação da reportagem, haviam sido registrados 11.728, sendo 10.569 em Gaza, segundo o grupo terrorista Hamas (o número não foi confirmado de forma independente), e 1,4 mil Israel.

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