Por Júlia Carvalho, g1


Primeiro fim de semana do inverno deve ser de calor em boa parte do país. — Foto: BRUNO ESCOLASTICO/E.FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Após um outono com temperaturas acima da média, o primeiro fim de semana do inverno deve ser de calor em boa parte do Centro-Oeste e do Sudeste. De acordo com a Climatempo, as chuvas também devem se manter no Sul nos primeiros dias da nova estação.

O clima previsto para esse fim de semana, sem o alívio das temperaturas em boa parte do país, segue a tendência apontada para a estação, com máximas acima da média e pouca chuva. (veja mais abaixo)

Primeiro fim de semana do inverno vai ser de temperaturas altas

Primeiro fim de semana do inverno vai ser de temperaturas altas

Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, explica que o calor deve continuar em praticamente todo o Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul, que não deve ter alta nas temperaturas por conta das chuvas na região.

☀️O Brasil está sob influência de um veranico, que se estende desde o início de junho. Os veranicos são períodos de mais de quatro dias quentes no inverno ou no outono. Ao longo desses dias, a temperatura fica acima de média e o tempo se mantém seco, com poucos registros de chuva.

Temperaturas devem ficar acima da média no país ao menos até dia 24 de junho. — Foto: Arte/g1

Segundo a nova estimativa da Climatempo, a previsão é que a condição continue ao menos até dia 24 de junho. Esta é a segunda vez que o fenômeno se estende. Inicialmente, ele estava previsto para terminar ainda na primeira quinzena de junho.

Luengo comenta que, a partir da próxima terça-feira (25), a expectativa é que a entrada de uma frente fria amenize as temperaturas no país.

"São Paulo e Rio de Janeiro devem ter queda de até 10 graus na máxima. Lógico que não é um frio extremo, porque a máxima deve ficar em torno de 21°C. Mas deve ter essa diminuição das temperaturas", prevê Luengo.

Esses eventos não necessariamente configuram ondas de calor. Isso porque as ondas de calor são caracterizadas não só pelas altas temperaturas registradas, mas pelo prejuízo à saúde e pelo calor persistente, tanto diurno como noturno.

Calor na região central

Com a manutenção da massa de ar seco na região central do país, boa parte dos estados do Centro-Oeste e do Sudeste devem seguir registrando temperaturas acima da média para o período.

O noroeste do Paraná, o centro-oeste de São Paulo, todo o estado de Mato Grosso do Sul e o sul de Mato Grosso devem ter as maiores máximas. Em algumas regiões, as temperaturas podem ultrapassar os 35°C.

Maria Clara Sassaki, especialista em meteorologia, afirma que o cenário é bem semelhante ao que vem se observando nas últimas semanas e chama atenção para a baixa umidade do ar esperada.

"Vamos ter ar muito seco no interior do país, principalmente no Sudeste e Centro-Oeste. Os valores podem ficar até abaixo de 20% em algumas cidades", analisa Maria Clara.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta para os baixos níveis de umidade na região central do país. Norte do Paraná, São Paulo, oeste de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal devem ter taxas entre 30% e 20%.

Umidade relativa do ar deve ficar entre 30% e 20% na parte central do país nos próximos dias. — Foto: Inmet

Chuvas no Rio Grande do Sul

Também como ocorreu em boa parte do outono, as chuvas devem continuar em boa parte da região Sul. De acordo com Maria Clara Sassaki, a chuva deve ficar mais concentrada no Rio Grande do Sul, sendo volumosa em alguns pontos e com possibilidade de granizo.

Chuva deve ser volumosa no Rio Grande do Sul nos próximos dias. — Foto: Inmet

Os mapas meteorológicos indicam que os maiores acumulados devem ser registrados na parte central do estado, especialmente nas regiões Central e dos Vales.

Os volumes devem variar entre 40 milímetros e 80 milímetros, podendo exceder os 150 milímetros em algumas regiões.

Tendências para o inverno

🔥Segundo os meteorologistas, dois fatores são responsáveis pelo calor observado no outono – e que também é tendência para o inverno:

  • Persistência dos bloqueios atmosféricos, o que faz com que um número menor de massas de ar frio consiga avançar para o interior do país. A circulação desses sistemas pode trazer alguns extremos de calor, mesmo no inverno;
  • Águas aquecidas do Oceano Atlântico, que interferem na atmosfera, mudando os padrões esperados para um inverno com atuação do fenômeno La Niña – que em geral traz frentes frias mais fortes para o país.

Os meteorologistas lembram que, apesar de a expectativa ser de um inverno com médias de temperaturas mais altas, isso não significa que não teremos dias frios. Eles pontuam que curtos períodos de frio devem acontecer, inclusive com maior variabilidade térmica do que o observado no ano passado.

Veja como ficam as temperaturas nas capitais nos próximos dias, segundo o Inmet:

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