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Por Jornal Nacional


Nomes de dois ex-executivos da Americanas estão na lista da Interpol

Nomes de dois ex-executivos da Americanas estão na lista da Interpol

Os nomes de dois ex-executivos das Americanas estão na lista de procurados da polícia internacional, a Interpol. A Polícia Federal tentou cumprir mandados de prisão contra eles na investigação da fraude contábil na empresa.

Os agentes da Polícia Federal cumpriram 15 mandados de busca e apreensão em endereços das zonas Sul, Oeste e Centro do Rio. A Justiça expediu ainda mandados de prisão preventiva contra o ex-CEO do Grupo Americanas Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali.

Miguel Gutierrez mora na Espanha há mais de um ano e Anna Christina também está fora do Brasil. Os dois já são considerados foragidos. Os nomes deles foram incluídos na difusão vermelha da Interpol.

A Justiça determinou o bloqueio de bens de 14 ex-diretores do grupo, no valor total de R$ 500 milhões.

A ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali e o ex-CEO Miguel Gutierrez — Foto: JN

A investigação da Polícia Federal, em parceria com o Ministério Público Federal e a Comissão de Valores Mobiliários, quer esclarecer a participação de ex-executivos no rombo de R$ 25 bilhões divulgado pela própria empresa. A administração atual do Grupo Americanas contribuiu com o compartilhamento de dados internos.

Segundo a Polícia Federal, houve falsificação de documentos para simular aumento de caixa. A investigação mostra que a dívida com fornecedores, por exemplo, foi repassada para instituições financeiras e retirada do balanço, como se tivesse sido paga. Mas, na verdade, as Americanas continuavam devendo aos bancos.

Essa manipulação, segundo a PF, provocava alta das ações e bônus aos executivos. A polícia afirma ainda que os envolvidos conseguiram lucros milionários com a venda de ações ainda em alta, dias antes da divulgação do rombo financeiro.

Após o anúncio da fraude, em janeiro de 2023, as ações das Americanas na Bolsa de Valores de São Paulo despencaram quase 80% em um único dia. No mesmo mês, a empresa entrou em recuperação judicial. A crise provocou demissões e fechamento de lojas em todo o país.

Em junho de 2023, o grupo divulgou um comunicado a acionistas e ao mercado em que reconhecia que houve fraude na gestão anterior da empresa.

De acordo com a Polícia Federal, na lista de crimes estão manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro, o que pode gerar penas aos responsáveis de até 26 anos de prisão.

Em nota, a Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou, dolosamente, os controles internos existentes. A Americanas diz ainda que acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.

A defesa de Miguel Gutierrez declarou que ele jamais participou ou teve conhecimento de qualquer fraude, e que tem colaborado com as autoridades.

A assessoria de Anna Saicali não se pronunciou.

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