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Por Jornal Nacional


Comunidades continuam isoladas após enchentes no Sul

Comunidades continuam isoladas após enchentes no Sul

No Rio Grande do Sul, várias comunidades continuam isoladas, com estradas e pontes destruídas pelas enchentes. E os agricultores têm dificuldades para escoar a produção.

Sem sinal de telefone, a dona de casa Daniela Behm depende do grito para se comunicar.

“A única saída que a gente tem dá uns 5 km daqui. É um bueiro. Só que qualquer chuvinha ele está fechado também”, conta.

Duas comunidades do interior de Sinumbu voltaram a ficar isoladas desde o fim de semana, quando o Rio Pardinho levou as passadeiras do Exército. Para atravessar mantimentos, os moradores montaram uma tirolesa. O pedreiro Roni Werner abastece o cunhado.

"O comércio ali também está meio que parando por causa do acesso e aí eu faço uns quebra galho ali para ele”, conta.

Outras comunidades do Vale do Rio Pardo também precisaram improvisar. Para acessar a comunidade de Rebentona, no interior de Candelária, os moradores precisam atravessar uma ponte pênsil. O Rio Pardo, que passa embaixo, subiu tanto que destruiu as estradas e levou os acessos.

Desafio para 70 famílias, como a do agricultor Fabiano André Kappaon. As crianças estão há dois meses sem ir para a escola. E quando a menor adoeceu, a família precisou se arriscar.

“Qual criança que não vai ter medo em um negócio que nunca viu, né? Só que não tem o que fazer, vai deixar uma criança com febre em casa? Então teve que sair”, diz.

Os produtores rurais têm dificuldades para escoar a safra.

“Na região, localidade aqui tem 170 mil sacos de arroz para ser deslocados para fora, engenho, tentar salvar, venda. Inclusive para poder ter verba, dinheiro. Não temos acesso”, afirma o agricultor Guilherme Norberto Gewehr.

Em Cachoeira do Sul, 30 pontes estão destruídas, e as estradas do interior quase intransitáveis.

“A gente teve que sair com nossos caminhões e com dinheiro do bolso mesmo para buscar pedras em outras regiões para colocar nos atoleiros para poder escoar a safra. Mas não tem outra saída”, diz o agricultor Daniel Heiderich.

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