Oferecido por

Por Jornal Nacional


Situação das contas públicas e declarações de Lula causam nervosismo no mercado

Situação das contas públicas e declarações de Lula causam nervosismo no mercado

A situação das contas públicas e declarações do presidente Lula produziram reflexos ruins no mercado financeiro.

O presidente Lula foi questionado sobre a situação das contas públicas, pela manhã, em entrevista ao portal de notícias UOL e se o governo fará cortes de gastos. O presidente respondeu que é necessário avaliar se a saída é o corte de gastos ou um aumento na arrecadação.

"Nós, então, estamos fazendo uma análise. Onde é que tem gasto exagerado? Onde é que tem gasto que não deveria ter? Onde é que tem pessoas que não deveriam receber e que estão recebendo? Isso com muita tranquilidade, sem levar em conta o nervosismo do mercado. O problema não é que tem que cortar. O problema é saber se precisa efetivamente cortar, ou se a gente precisa aumentar a arrecadação. Temos que fazer essa discussão”, disse.

Lula descartou a possibilidade de desvincular do salário mínimo os benefícios previdenciários, como o BPC - benefício de prestação continuada, equivalente a um salário mínimo pago a idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência. Para o presidente, esses benefícios não podem ser considerados como gastos.

A desvinculação de pensões e do BPC chegou a ser avaliada pela equipe econômica entre possíveis medidas de corte de gastos, diante da desconfiança do mercado financeiro de que o governo consiga alcançar em 2024 a meta de déficit zero, um equilíbrio entre receitas e despesas.

À tarde, o Tesouro divulgou que, em maio, as contas do governo federal fecharam com um rombo de R$ 61 bilhões, o segundo pior resultado para um mês de maio desde o início da série histórica, há 27 anos. Fica atrás de 2020, ano de pandemia da Covid-19.

O mercado reagiu às declarações do presidente e ao resultado das contas públicas. O dólar comercial fechou em R$ 5,52, alta de 1,20%.

Meta de inflação

A situação das contas públicas também é acompanhada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, responsável por definir a taxa básica de juros, a Selic. Cabe ao CMN - Conselho Monetário Nacional - formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, e pelo presidente do Banco Central - definir uma meta de inflação, e ao Banco Central manter a inflação sob controle, ao redor da meta.

Há um ano, o governo anunciou uma mudança no sistema de metas para a inflação, mas isso só se confirmou nesta quarta-feira (26), com a publicação do decreto. O que muda agora é o intervalo de cálculo. Até então, era considerada a inflação acumulada no ano, de janeiro a dezembro. A partir de 2025, a inflação será analisada mês a mês, com base nos 12 meses anteriores. Por exemplo, em junho de 2025, o governo vai verificar se a inflação acumulada desde julho de 2024 está dentro da tolerância. Se durante seis meses seguidos a inflação ficar fora do intervalo de tolerância, a meta será considerada descumprida, e o Banco Central deverá explicar as razões.

O conselho decidiu nesta quarta-feira (26) que a meta permanece em 3%, com um intervalo de tolerância para mais e para menos, entre 1,5% e 4%.

O ministro da Fazenda afirmou que o novo regime de meta da inflação é um sinal positivo para a economia.

“O arcabouço fiscal de um lado e o decreto da meta contínua do outro estabelecem, tanto do ponto de vista fiscal quanto do ponto de vista de política monetária, um novo horizonte macroeconômico para o Brasil”, afirmou Fernando Haddad.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!