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Por Jornal Nacional


Organizações da sociedade civil defendem que Brasil peça ajuda internacional para combater incêndios no Pantanal

Organizações da sociedade civil defendem que Brasil peça ajuda internacional para combater incêndios no Pantanal

O número de focos de incêndio em 2024 superou a marca de 2020, ano da maior tragédia ambiental no Pantanal.

As equipes de brigadistas se revezam dia e noite para tentar controlar as chamas. Um grupo está na região da Baía Negra, uma área de preservação ambiental no município de Ladário. O esforço é para evitar que o fogo atinja a casa de ribeirinhos.

“Temos que cavar trincheiras, ensacar trincheiras. É muito cansativo. A progressão é difícil, a progressão durante o dia, à tarde, à noite", diz Luiz Otávio Vitório da Silva, brigadista do Prevfogo.

Em 2024, o fogo já destruiu 486 mil hectares, cerca de 3% de todo o Pantanal — Foto: JN

Outra frente de trabalho é no Paraguai Mirim, onde as chamas consomem a vegetação há quase 20 dias. Este ano, o fogo já destruiu 486 mil hectares, cerca de 3% de todo o bioma.

As chuvas no Pantanal estão abaixo da média desde outubro de 2023 e a previsão para os próximos meses é alarmante. Diante desse cenário de seca extrema, 30 entidades da sociedade civil elaboraram uma carta pedindo aos governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso e ao governo federal que solicitem ajuda internacional, por meio do Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da União Europeia.

De acordo com o documento, o apoio pode ser por transferência de tecnologia, envio de equipes e de recursos para custear o uso de aviões.

“A gente solicitou essa ajuda porque a gente sabe que é um recurso que está disponível para ser empenhando em desastres, e a gente está vivendo uma catástrofe agora que está se pronunciando pra ser ainda pior daqui pra frente”, afirma Gustavo Figueirôa, biólogo da S.O.S. Pantanal.

O Brasil já recebeu ajuda do fundo da União Europeia outras vezes, como na crise nutricional da população Yanomami, no ano passado.

“A instância internacional não está fora de nosso radar, mas nós estamos focando agora nas nossas forças, tanto aqui no nível estadual quanto no nível federal. Nós sabemos que normalmente isso acontece, o evento aqui, os incêndios acontecem a partir de agosto. Esse ano, ineditamente, começou dois, três meses antes”, afirma André Lima, secretário nacional de Controle de Desmatamento no MMA.

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