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Por Jornal Nacional


Lula critica projeto de lei que equipara aborto a homicídio

Lula critica projeto de lei que equipara aborto a homicídio

A guerra na Ucrânia foi assunto no encerramento da reunião de Cúpula do G7, na Itália. Antes de voltar ao Brasil, o presidente Lula falou sobre o projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas de gravidez ao crime de homicídio.

No último dia do G7 da Puglia, a anfitriã, Giorgia Meloni, fez uma avaliação das conquistas do encontro. A primeira delas - e a mais importante para o presidente americano -, o acordo sobre o empréstimo à Ucrânia. Joe Biden não tinha certeza de conseguir o consenso entre os parceiros.

A primeira-ministra italiana informou que os países da União Europeia não estarão diretamente envolvidos no empréstimo, mas atuarão como garantidores. Os US$ 50 bilhões serão concedidos pelos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e, provavelmente, o Japão.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, afirmou que a Ucrânia de hoje poderá ser o Leste Asiático amanhã. Kishida não mencionou diretamente a China, mas tem manifestado a preocupação de que a China siga o exemplo da Rússia e recorra à força em ilhas disputadas pelos dois países no mar da região. O Japão considera novas sanções contra organizações chinesas que forneçam equipamentos às forças armadas da Rússia.

Sobre o tema mais polêmico, a ausência do direito ao aborto no documento final do G7, que provocou um grande mal-estar entre Giorgia Meloni e o presidente francês, Emmanuel Macron, a primeira-ministra italiana afirmou que normalmente os documentos finais dessas reuniões não repetem coisas que já são dadas como certas, e que a declaração do G7 de 2023, no Japão, já falava sobre a importância do acesso ao aborto seguro e legal e aos cuidados pós-aborto, por isso achou desnecessário incluir novamente. Meloni manteve apenas a parte que se refere aos serviços de saúde adequados para as mulheres, incluindo a saúde sexual e reprodutiva. Na Itália, o aborto é legalizado desde 1978. Mas o eleitorado conservador de Giorgia Meloni é contrário.

Na Itália, Lula critica projeto de lei que equipara o aborto após 22 semanas de gravidez ao crime de homicídio — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

O assunto, que também repercute no Brasil, foi abordado na entrevista coletiva do presidente Lula, na Itália. Ele criticou o projeto de lei que no Brasil pretende equiparar o aborto após 22 semanas de gravidez ao crime de homicídio.

"Eu sou contra o aborto. Entretanto, como o aborto é a realidade, a gente precisa tratar o aborto como uma questão de saúde pública e eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher com uma pena maior do que o criminoso que fez o estupro. É, no mínimo, insanidade isso”.

O presidente Lula também rebateu críticas sobre os gastos do governo e defendeu, ainda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"O Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for Presidente da República. Porque ele é o meu ministro da Fazenda, escolhido por mim, e mantido por mim. Então, é o seguinte: se o Haddad tiver uma proposta, o que vai acontecer é que ele vai me procurar essa semana e vai sentar para discutir economia comigo. Eu quero antecipar: a gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres”, afirmou Lula.

O presidente Lula disse que convidou Giorgia Meloni para ir ao Brasil, e falou com entusiasmo sobre o G20, que em 2024 será realizado em território brasileiro.

A presença dos líderes emergentes e até do Papa Francisco deu um novo vigor ao G7, em 2024 organizado no sul quente da Itália. As propostas do presidente brasileiro contra a fome global e a taxa para os super ricos criaram expectativas para o G20 do Rio de Janeiro, em novembro.

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