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Por Jornal Nacional


Tragédia climática no Rio Grande do Sul pressiona preço de alimentos e inflação no Brasil

Tragédia climática no Rio Grande do Sul pressiona preço de alimentos e inflação no Brasil

A tragédia climática no Rio Grande do Sul pressionou o preço dos alimentos e a inflação em maio no Brasil.

A batata é a queridinha no prato de muitas casas. Mas o preço está difícil de engolir.

“Está mais caro, está mais caro. A gente está vendo que está mais caro”, diz a aposentada Maria Cristina Bartolomeu.

O preço da batata inglesa aumentou 20% em maio. O produto com o maior impacto na inflação do mês. Alimentos em geral foram os principais responsáveis. Cebola, leite de caixinha e café também ficaram mais caros.

A alta dos alimentos, especialmente dos alimentos in natura, tem ligação direta com o clima. A chuva forte no Rio Grande do Sul - por exemplo - destruiu grande parte da produção e aumentou o custo de transporte e logística. Economistas dizem que os efeitos no bolso dos brasileiros ainda podem ser sentidos por algum tempo.

Alimentos puxam inflação — Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

Em maio, o IPCA, o índice oficial usado pelo governo, acelerou para 0,46%. Maior do que o registrado em abril e do que o esperado pelo mercado. Sob o impacto da tragédia climática, a inflação em Porto Alegre ficou bem acima da média nacional: 0,87% - a maior de todas as capitais.

“Tem que dividir, vou em mercado, vou em feira. A gente tem que procuraruo melhor preço”, afirma o servidor público Jorge Luis Meier.

Nos 12 meses encerrados em maio, a inflação acumulada foi 3,93%. Acima do centro da meta de inflação deste ano (3%) e abaixo do limite máximo estabelecido pelo Conselho de Política Monetária.

Depois dos alimentos, os gastos com habitação foram os que mais pressionaram o índice. Por causa do aumento de tarifas em algumas cidades, como energia elétrica, água e esgoto e gás encanado.

“Você já vem monitorando o comportamento desses preços. Sabe quando eles efetivamente vão subir. A questão toda está junto a alimentos. Tanto por esse excesso, por essas chuvas muito concentradas no Sul, e pelos danos que essas chuvas trouxeram às safras, às culturas daquela região. Bem como ela comprometeu o transporte dessas mercadorias. Isso tudo vai ter um impacto na inflação. Então, o protagonismo da alimentação na inflação de 2024 vai ser maior”, explica André Braz, economista da FGV.

As famílias tentam encontrar soluções.

“Mas eu prefiro mais substituir na hora que está caro. A gente substitui”, diz uma consumidora.

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