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Por Jornal Nacional


Gaúchos enfrentam dificuldade para se cadastrar no auxílio reconstrução

Gaúchos enfrentam dificuldade para se cadastrar no auxílio reconstrução

Além de todas as perdas, muitos gaúchos estão com dificuldades para se cadastrar no Auxílio Reconstrução.

A precariedade tendo que ser vencida a cada dia. Voltar para casa ainda é uma incerteza. Assim como saber se vai conseguir recomeçar.

“Perdi tudo. A minha máquina de lavar, cama, guarda-roupa, as minhas crianças perderam as roupas”, conta Gabriela dos Santos Souza, autônoma.

A Gabriela está em busca de ajuda. Há dois dias conseguiu se cadastrar para receber o Auxílio Reconstrução do governo federal. Mas não sabe se vai pegar o dinheiro, porque ela perdeu o celular na enchente.

“Está difícil, não tem internet aqui, não tem celular que a gente possa falar”, diz Gabriela.

As prefeituras devem informar ao governo federal quem são os moradores aptos a receber o Auxílio Reconstrução. O governo federal informa que depois de receber os nomes, a própria pessoa deve entrar no site oficial, usando a conta gov.br. Só após confirmadas as informações do cadastro, o nome da pessoa será encaminhado à Caixa Econômica Federal, que fará o depósito dos R$ 5,1 mil.

O governo federal informou que das 44 mil famílias cadastradas em todo o estado, 34.196 já vão receber no primeiro lote.

O Isaías tem 40 anos. Ele trabalha com reciclagem e está há quase quatro semanas morando na calçada, em um barraco improvisado. Ele não conseguiu fazer o cadastro do Auxílio Reconstrução.

Repórter: O senhor tem ideia quem que o senhor tem que procurar?
Isaías: Não, nós não sabemos não.
Repórter: O senhor tem celular?
Isaías: Não, não tenho celular.

Nesta terça-feira (28), a Prefeitura de Porto Alegre informou que encaminhou para o pagamento do auxílio dados de 24.516 famílias. A prefeitura tem um canal online para fazer o cadastro e sete pontos presenciais, como um no bairro Floresta.

“A maior dificuldade mesmo é a fila. Quando eles precisam da gente, eles acham a gente fácil. Agora quando a gente precisa deles, a gente tem que está correndo atrás deles quase que suplicando, implorando”, diz Cassiano Maria Alves.

Em São Leopoldo, Região Metropolitana, a água baixou e foi possível ver os estragos no prédio do Centro de Referência de Assistência Social. Tudo está revirado e cheio de lama.

Em entrevista coletiva, o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, foi questionado sobre as dificuldades que muitos moradores estão enfrentando para fazer o cadastro e confirmar no gov.br.

"O ideal é não ficar ninguém de fora. Nem alguém receber não tendo o direito de receber, mas pior mesmo é alguém que não tem direito, receber, e aquele que tem não, receber. Então, eu acredito que o apoio que nós pudermos dar às prefeituras, tanto o governo federal quanto o estado, para aferir o máximo possível as informações, chegar o mais perto possível das pessoas que têm o direito, assim deve ser feito".

O aposentado Aílton da Silva, de 81 anos, e a aposentada Maria Eva da Silva, de 82, desceram a escada com dificuldade. Chegaram às 6h para fazer o cadastro e conseguiram. Como vão ser avisados se está tudo certo? Como vão acessar o gov.br? É uma nova etapa.

“Eu não uso celular. Não tenho nada disso”, afirma Maria Eva da Silva.

O auxílio de R$ 5 mil é um dinheiro importante para quem já lutou muito, perdeu tudo e vai ter que seguir.

"Temos que pedir ajuda. Tem a neta que sabe da internet. Comprar o que falta dentro de casa. A casa ficou lavada da água”, conta Maria Eva da Silva.

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