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Por Jornal Nacional


Cinco pessoas ainda estão desaparecidas na região de Bento Gonçalves, no RS

Cinco pessoas ainda estão desaparecidas na região de Bento Gonçalves, no RS

Cinco pessoas ainda estão desaparecidas na região de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, há 25 dias.

O rasgo no meio do morro levou mata e tudo o que tinha pela frente. Nem o trilho por onde passava o trem resistiu a tanto peso com a terra descendo. Um dos maiores deslizamentos de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, fica na zona rural, perto distrito de Faria Lemos. São montanhas e mais montanhas de terra, madeira, pedra. Tudo isso engoliu boa parte da comunidade Imaculada Conceição.

Os bombeiros fazem o trabalho de busca de três desaparecidos. É um trabalho tão difícil e perigoso que o tempo todo ficam os militares posicionados só para observar um paredão de onde veio toda a terra. Qualquer movimentação do solo, todo mundo tem que sair do local.

“Nós temos áreas com entulho de difícil acesso, de difícil passagem. Questão climática que também prejudica muito as ações. Mas as equipes seguem firmes, ninguém fica para trás. Nós vamos seguir trabalhando até que sejam encontradas todas as pessoas desaparecidas”, afirma Vitor Bianchi, capitão do Corpo de Bombeiros.

Outras duas pessoas também são procuradas perto de Veranópolis. Já são 25 dias de trabalhos conjunto dos bombeiros, Brigada Militar, Defesa Civil e outros profissionais de todo canto do país para ajudar o Rio Grande do Sul. Perto da área de buscas foi montado um posto de comando, onde os profissionais se reúnem e buscam forças.

Cinco pessoas ainda estão desaparecidas na região de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Nesta sexta-feira (24), no fim da tarde, a Priscila Diniz Silva chegou molhada. Não foi difícil de resolver. O QG da operação de buscas tem roupas doadas pela população para quem está trabalhando.

“A gente estava de capa, mas foi uma chuva de vento e molhamos da mesma forma, mesmo com a capa. E aí a gente chega aqui e tem muitas roupas, doações. As pessoas aqui são incríveis, incríveis, e eu quero agradecer por essa doação, que a gente não esperava isso. Saí de Minas Gerais, despreparada, sem roupa, sem nada, na correria e aí chega aqui tem tudo”, diz Priscila Diniz Silva, agente da Defesa Civil de Betim (MG).

O geólogo João Batista dos Santos é gaúcho, mas mora do Rio de Janeiro. Faz parte das equipes do Departamento de Recursos Minerais do Rio. No dia da enchente, estava de férias na casa da mãe em Porto Alegre, e a água levou a mala com todas as roupas dele.

“Esse blusão que eu estou peguei aqui nessa doação desse pessoal maravilhoso, as meias que eu estou usando também”, conta.

O João se juntou à equipe dele do Rio para ajudar quem precisa na terra onde nasceu. Para ele, para a Priscila e tantos outros ainda tem muito trabalho pela frente. Bem agasalhados, graças à solidariedade de um país inteiro.

“Às vezes, a gente reclama muito e a gente tem tudo. A gente tem a nossa casa, a nossa família. Eu saio daqui uma outra Priscila”, afirma Priscila Diniz Silva.

“O acolhimento das pessoas é uma coisa assim... Eu queria vir ajudar e acabei sendo ajudado. Então é uma coisa que a gente fica super grato”, diz João Batista dos Santos .

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