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Por Jornal Nacional


Tragédia no RS: hospital pronto socorro de Canoas não tem prazo pra reabrir

Tragédia no RS: hospital pronto socorro de Canoas não tem prazo pra reabrir

Na Região Metropolitana de Porto Alegre, o Hospital Pronto Socorro de Canoas ainda não tem prazo para voltar a funcionar.

O médico Álvaro Fernandes nunca vai esquecer a madrugada do dia 4 de maio.

"Eu sou médico emergencista e cirurgião vascular, cirurgião geral, estou acostumado com emergência há 30 anos, mas foi uma situação que eu nunca tinha presenciado", diz ele.

O momento mais tenso foi quando a água começou a invadir o hospital. Ao mesmo tempo, famílias pediam socorro.

"Começou a subir de lá para cá, invadindo a emergência, nosso pátio das ambulâncias, atingindo ali a própria sala vermelha e nesse momento começaram também, por causa da altura da água, todas as pessoas populares, transeuntes com suas famílias e seus animais entrando por aqui também, então fluindo para dentro do hospital", relata Álvaro.

Álvaro é diretor-técnico do Hospital de Pronto Socorro de Canoas, especializado em traumas e emergências e referência para 102 municípios do Rio Grande do Sul. Ele calcula que cerca de 400 pessoas estavam no prédio naquele momento. As ambulâncias foram preparadas, mas não deu tempo.

Muitos foram retirados pelo primeiro andar, enquanto era possível, mas a água subiu rápido demais e tomou completamente o local.

Na recepção do hospital, a destruição é total, as macas, os leitos, equipamentos como respiradores, virou tudo uma grande pilha de entulho. No fundo, um tomógrafo ainda na caixa. É possível ver a marca de onde a água chegou.

Marca mostra altura em que a água chegou no HPSC — Foto: Jornal Nacional/Reprodução

Pelos corredores, muitos equipamentos destruídos. Remédios, seringas, sapatos. Na sala vermelha, onde muitas vezes se luta pela vida do paciente, a água estragou tudo. O hospital responsável por mais de 4,2 mil atendimentos por mês agora está assim.

No segundo andar, foi preciso fazer um buraco na parede para retirar os últimos pacientes, médicos e enfermeiros. Cerca de 100 pacientes foram enviados para outros hospitais da região.

"A gente está se dividindo. Ninguém parou de trabalhar. A gente está se dividindo entre o hospital universitário, o hospital Nossa Senhora das Graças. Então, as equipes estão trabalhando, mesmo tendo perdendo as suas duas casas", diz Angelica Delinazio, diretora assistencial do HPSC.

Não há data para reabrir o hospital. A Secretaria Estadual de Saúde do Rio grande do Sul fez um levantamento dos equipamentos perdidos no hospital e afirmou que eles poderão ser substituídos com doações de hospitais de outros estados.

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